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Afastado da televisão aberta desde 2014, quando fez parte do elenco do humorístico Zorra Total, da TV Globo, o ator carioca Luis Salem está de volta à emissora e em uma das novelas mais aguardadas deste ano: o remake de Vale Tudo, que tem previsão de estreia na faixa das nove para o final de março. Na releitura da trama de 1988 – considerada a mais importante da teledramaturgia brasileira – escrita por Gilberto Braga, pelo pernambucano Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, o artista interpretará o icônico mordomo Eugênio, vivido na versão original pelo saudoso Sérgio Mamberti.
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Hoje, vivendo em Salvador, Salem conversa com exclusividade com o Giro sobre este novo desafio e conta qual o espaço que esta grande novela do final dos anos 1980 ocupa em sua vida: “Vale Tudo é muito especial para mim. Eu era jovem na época e lembro que a novela mobilizou o Brasil inteiro. Foi uma das primeiras tramas a abordar a ética, a luta de classes, com personagens inesquecíveis. Evidentemente, fui apaixonado por Heleninha, vivida por Renata Sorrah, mas adorava o desempenho de Glória Pires… Tenho a novela toda na minha mente até hoje. E me sinto muito honrado de participar desse remake”.
O ator conta que o convite veio da própria autora da nova versão, Manuela Dias. “Conheço a Manuela há muitos anos. Tive a honra de dirigir o primeiro espetáculo dela, Sou Quatro, sendo o primeiro texto que ela escreveu. Desde então, acompanhei de longe o seu desenvolvimento. Nossos caminhos se distanciaram, mas sempre tivemos uma admiração pelo outro, uma torcida grande. Me encantei com o trabalho dela na novela Amor de Mãe (2019), e nas séries Justiça (2016) e Justiça 2 (2024), e partiu dela o convite para Vale Tudo, porque ela lembrou de mim e achou que eu poderia fazer o Eugênio”, relembra.
Na versão original, Eugênio era o antigo copeiro na casa de Celina (Nathalia Timberg). Ele seria considerado uma pessoa da família, não fosse a sua antiquada noção de hierarquia social. No fundo, era um esnobe, profundo conhecedor do cinema americano dos anos 1930 e 1950, e vivia citando filmes e cenas de cor.
Para Salem, reviver o personagem do ator, falecido em 2021, será uma forma de homenageá-lo à sua maneira: “Minha pretensão é, com todo o respeito, me distanciar um pouco da interpretação do Mamberti. Até porque, acho maravilhoso o que ele fez. Mas nesse remake de Vale Tudo, quero fazer do meu jeito, como eu entendo, pois muitos anos se passaram de 1988 para cá. O mundo mudou, o comportamento mudou, e tenho buscado criar um novo Eugênio. Mas claro, com todo o carinho e toda a admiração pelo Mamberti, que fez um personagem muito forte e expressivo”.
Mesmo buscando a distância com o personagem original em cena, o carioca admite que tem um pouco de Eugênio dentro de si. “Eu sou um total amante das artes e do cinema! Embora não tenha feito muito na minha vida, sou um verdadeiro cinéfilo. Assisto todos os filmes que posso e séries também. Sou apaixonado pelas séries, principalmente as espanholas e as mexicanas que me tocam. Acho maravilhoso”, derrete-se.
Com passagens por novelas como Salsa e Merengue (1996), Anjo Mau (1997), A Lua Me Disse (2005) e Aquele Beijo (2012), o ator não esconde a felicidade de estar de volta aos sets de gravação em Vale Tudo: “Tem sido ótimo rever os amigos, viver o dia a dia de uma novela, que é exaustivo, mas muito satisfatório também. É muito bom estar ali vivendo esse personagem durante nove meses. Você ceder o teu corpo, a tua emoção para uma outra pessoa, eu acho incrível. Estava com muita saudade”.
Revigorado, Luis Salem promete encantar o público novamente com este novo trabalho, que vai marcar os 60 anos da TV Globo. “O que posso dizer é que estou me dedicando de corpo e alma a esse projeto. Estava morando em Salvador há sete anos, mas fechei a casa para voltar ao Rio de Janeiro e me dedicar totalmente a essa novela tão especial que é Vale Tudo”, declara o novo mordomo Eugênio.
