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De Petrolina às plataformas: o percurso recente de Léo Foguete

Pedro Cunha
Especial para o Diario

Antes de o Brasil conhecer seu nome, havia apenas um menino segurando um violão dado pela avó. Era Mayrllon de Castro Souza, o Léo Foguete, de Petrolina, ainda distante dos palcos e da profissionalização. Ele ajudava o pai na construção civil, trabalhou como porteiro, lavador de carros e entregador de aplicativo, enquanto a música permanecia na rotina desde a infância, ainda como possibilidade remota. “Tive de acreditar e fazer o possível para viabilizar nossos sonhos. Hoje eu vejo que toda essa coragem e persistência fizeram a diferença”, conta ao Diario. O petrolinense, uma das atrações da festa Borogodó, neste sábado, em Maracaípe, litoral sul, encara agora outro tipo de esforço: manter relevância, criar repertório sólido e disputar espaço em um mercado que exige lançamentos frequentes.

A virada começou com vídeos caseiros publicados nas redes, em que cantava músicas de artistas como Zé Vaqueiro. Esse material passou a circular no bairro onde também morou João Gomes e chegou ao amigo Kinho Compositor, que intermediou um convite para uma sessão de composição na roça do cantor. De lá surgiu uma faixa incluída em um álbum de João Gomes, indicado ao Grammy Latino em 2024, ampliando sua visibilidade.

Pouco depois, já com o próprio repertório, Léo passou a aparecer entre os destaques das plataformas digitais. O lançamento do seu álbum levou Última Noite ao Top 1 Viral do Spotify Brasil, enquanto Cópia Proibida ganhou força no TikTok e entre os áudios do Instagram. O crescimento, embora expressivo, veio acompanhado da necessidade de estabelecer regularidade e identidade musical.

Imagem: LF/Divulgação

Neste ano, o pernambucano recebeu sua primeira indicação ao Grammy Latino, um ponto incomum para um artista nordestino em uma categoria tradicionalmente associada ao Centro-Oeste. Com o álbum Obrigado Deus, disputou na categoria de Melhor Álbum de Música Sertaneja ao lado de Chitãozinho & Xororó, Ana Castela, Lauana Prado e Tierry. Léo descreve a indicação como um reconhecimento inesperado para alguém com tão pouco tempo de trajetória e vindo de outra formação musical.

Questionado sobre os próximos passos, o cantor adota postura cautelosa. Afirma que pretende estabilizar a carreira antes de buscar novos territórios. “Tudo tem seu tempo. Se surgir algo internacional, será consequência. Agora, meu foco é me firmar no mercado”, diz, citando o projeto Mais de Mim como etapa atual do trabalho. Sobre a pressão decorrente do crescimento rápido, Léo afirma que a trajetória o mantém atento às etapas. “Eu sei de onde eu vim e sei o quanto ainda tenho que trabalhar”, resume.

Ao projetar o que gostaria de transmitir para quem o acompanha, Léo diz que a orientação a si mesmo seria simples: “Acreditar e não desistir. Tudo é um processo. A colheita vem com o trabalho.” Um recado que é a síntese do momento atual de um artista ainda em formação.

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