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Cátia de França celebra novo álbum com show em Olinda

ROBSON GOMES
robson.silva@diariodepernambuco.com.br

Dentro da enorme capilaridade e diversas nuances que a música popular brasileira tem, uma mulher ressurge em plena era digital como uma fênix – como ela mesmo canta atualmente – para firmar seu lugar no panteão dos grandes artistas. E o nome dela é Cátia de França. Aos 77 anos de idade e 55 de carreira musical, esta paraibana traz toda sua sonoridade mística para o palco da Casa Estação da Luz, em Olinda, nesta sexta-feira (7), a partir das 19h, onde apresentará o show No Rastro de Catarina, celebrando o recém-lançado disco homônimo.

A paraibana Cátia de França tem 55 anos de carreira – Foto: Murilo Alvesso/Divulgação

A história de Cátia na música começa dentro de casa com sua mãe, Adélia de França, que por sinal, foi a primeira educadora negra da Paraíba. E mesmo que não fosse professora de música, ela lhe ensinou o “beabá” de um jeito diferente. “Ela me deu um piano infantil com quatro anos de idade. E ali, na brincadeira, comecei a amar o instrumento. E ela me alfabetizou cantando”, relembrou a artista, em entrevista à coluna Giro.

Com 15 anos, ela veio estudar num colégio interno em Lagoa dos Gatos, no agreste pernambucano, onde se aproximou do violão e do cancioneiro popular. E no final dos anos 1960, começou sua carreira musical de fato. Mas o primeiro disco só gravaria em 1979, com produção de Zé Ramalho, o emblemático 20 Palavras ao Redor do Sol. Daí em diante, foram seis discos gravados em cinco décadas. E No Rastro de Catarina quebra um hiato de um trabalho completo e inédito desde 2016. Sua curta discografia, porém, não é menos impactante. Como uma trovadora, ela tem o dom de unir o erudito aos sons tipicamente nordestinos.

Nesta retomada da carreira, Cátia acabou sendo redescoberta por uma geração mais nova, tornando-se uma artista cult. “Nessa história de música, eu sou muito mística. Eu acho que ele [Deus] me abençoa direto. É a minha missão. Não posso ficar me comportando como a Lady Gaga. Não sou uma artista de Hollywood, eu sou uma operária do som. Eu sou uma trovadora”, declara a musicista, que já se inspirou em escritores como Florbela Espanca, Henry David Thoreau, José Lins do Rego e João Cabral de Melo Neto em suas composições.

Para ela, voltar a Pernambuco para apresentar seu novo trabalho será um momento único: “Será muito especial cantar em Olinda. É um reencontro com o meu povo, já que morei aí de 1990 a 1996. E cantar na Casa Estação da Luz será incrível, pois também sou muito fã de Alceu [Valença]. Já quero chegar com minha banda e fazer um show memorável!”.

Negra, nordestina, irreverente, subversiva ao sistema e única, ao trazer clássicos do seu repertório como Kukukaya (Jogo da Asa da Bruxa), Coito das Araras, Quem Vai Quem Vem e Vinte Palavras Girando Ao Redor do Sol, Cátia de França está pronta para abraçar o público e recomeçar de onde parou. 

“Só posso agradecer a essa travessia de 77 anos que fiz sem ter vergonha nenhuma, sem fazer concessão. Não tenho rabo preso com ninguém. Agradeço a Deus por ter me dado essa carreira brilhante, que vem coroar agora com esse disco, e tem todo um apanhado da minha carreira. Pois por onde eu andei, está o rastro da Catarina”, conclui a singular e esperta artista aquariana. 

SERVIÇO

Cátia de França apresenta No Rastro de Catarina
Nesta sexta-feira (7), na Casa Estação da Luz, em Olinda, a partir das 19h.
Ingressos a partir de R$40, à venda on-line.

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