ROBSON GOMES
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Faltando exatamente duas semanas para a estreia do remake de Vale Tudo no horário das nove da Globo, o clima entre o elenco que está com a missão de refazer “a novela das novelas” para os dias atuais é o mais otimista possível. Ao menos esse foi o sentimento que a maioria dos atores transmitiram durante a segunda coletiva de imprensa da trama, que está sendo escrita por Manuela Dias, e da qual o Giro participou.
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Paolla Oliveira, que assumirá o papel de Helena Almeida Roitman, a Heleninha, interpretada na versão original de 1988 por Renata Sorrah, contou um pouco do processo de composição de sua complexa personagem, marcada pela dependência do álcool. “Tivemos momentos preciosos na preparação. Primeiro com todo o elenco, depois por núcleos e em seguida, o contato mãe e filho (Tiago, vivido por Pedro Waddington). Eu e Pedro tivemos momentos fora dos estúdios, fomos a reuniões do Alcoólicos Anônimos juntos e começamos a gravar recentemente para estabelecer mais essa relação maternal tão intensa”, detalhou a atriz, que revelou ter feito questão de fazer teste para ser Heleninha e, depois, conseguiu conversar com Sorrah sobre este trabalho. “Me senti abençoada”, concluiu.
O modelo mau caráter César Ribeiro, imortalizado na primeira versão por Carlos Alberto Riccelli, a partir do próximo dia 31, será interpretado por Cauã Reymond. O galã carioca de 44 anos não escondeu a empolgação com os desafios deste personagem importante de Vale Tudo, que vai se envolver com a antagonista Maria de Fátima (Bella Campos): “Vi um pouco da novela original, mas preferi me ater ao novo texto e a nova direção (de Paulo Silvestrini). Se fizermos metade do sucesso da primeira versão, ficarei muito feliz”.
Malu Galli foi escalada para o papel de Celina Junqueira, vivida em 1988 por Nathalia Timberg. A viúva e amorosa irmã da temida Odete Roitman (Débora Bloch), que se dedica aos sobrinhos Afonso (Humberto Carrão), Heleninha (Paolla) e ao filho mais velho de Odete, morto tragicamente num acidente de carro, terá sua história ampliada em 2025. “Acho que a Celina é uma personagem que precisa ser atualizada. Pois a persona daquela tia solteirona, que vive para os sobrinhos, não se encaixa muito hoje em dia. No texto de Manuela, teremos mais camadas dela. Celina será uma mulher mais ativa, contemporânea e jovial que vive uma relação tóxica com Odete”, destacou a atriz.
Interpretado por Reginaldo Faria na trama original, coube a Alexandre Nero encarnar o corrupto Marco Aurélio. Na coletiva de Vale Tudo, Nero defendeu seu personagem – marcado até hoje pela famosa “banana” que ele dá ao fugir do Brasil na reta final do folhetim – com unhas e dentes. “Por enquanto, Marco Aurélio para mim é um herói da novela (risos). Eu o vejo como uma pessoa que não tem filtro social, mas tem arrependimentos sim e amor também. Vocês vão perceber isso nos capítulos. Eu sou um advogado dele agora”, brincou.
Atuando no primeiro remake da carreira, a atriz Alice Wegmann destacou a felicidade de viver Solange Duprat, marcada pelo trabalho impecável de Lídia Brondi. Mas nesta nova versão, a personagem viverá algo inédito: a simpática diretora de criação da agência Tomorrow terá diabetes. “A Lídia construiu esta personagem brilhantemente, e é uma honra dar vida à Solange. E sobre a diabetes, vamos abordar essa história com naturalidade, pois é um assunto pouco abordado na nossa sociedade, mas necessário. E estou muito feliz com essa oportunidade”, declarou a intérprete da nova “Chérie”.
Humberto Carrão ao longo da carreira participou de dois remakes na Globo: Ti-Ti-Ti (2010) e Renascer (2024). Vale Tudo será sua terceira releitura, e pela segunda vez, assumindo um papel feito por Cássio Gabus Mendes, assim como foi na trama das sete. “Para fazer o Afonso Roitman não fui ver as cenas da versão original. Também não fiz isso nos remakes anteriores”, conta o ator. Mas o artista ressaltou o carinho que ele e todos os atores estão tendo com a trama escrita em 1988 por Gilberto Braga, Leonor Bassères e Aguinaldo Silva. “Estamos fazendo algo novo, mas com muito respeito ao original”, disse Carrão.