Pedro Cunha
Especial para o Giro
Um dos maiores ícones do samba brasileiro, Jessé Gomes da Silva Filho, mais conhecido como Zeca Pagodinho, celebra este ano quatro décadas de uma carreira marcada por sambas que conquistaram o país. Com uma trajetória que transcende gerações, Zeca se consolidou como um dos artistas mais populares da música, contemporâneo de grandes nomes como Dona Ivone Lara, Alcione, Jovelina Pérola Negra, Martinho da Vila e Jorge Aragão.
>> Leia a coluna Giro desta sexta-feira, 18/10/2024
Nascido no subúrbio carioca, Zeca Pagodinho sempre manteve a simplicidade e autenticidade que o tornaram uma figura querida pelo público. Em entrevista ao Giro, o sambista reflete sobre esses 40 anos de estrada e a alegria de retornar ao Recife, neste sábado (19), uma cidade que, segundo ele, “sempre o recebeu de braços abertos”. “É sempre bom estar em Recife. O povo é muito bacana, animado, e eu tenho vários amigos também”, comenta o cantor, que se apresenta no Classic Hall.
A turnê comemorativa inclui um repertório cuidadosamente selecionado, com sambas que marcaram a história de Zeca e do próprio gênero. “Foi tranquilo escolher as músicas. Selecionamos os sambas que marcaram minha carreira durante esse tempo”, diz. E entre esses sucessos, está o clássico Deixa a Vida Me Levar, música que se tornou quase um hino nacional. “Quando gravei, não imaginava que teria tanto impacto. Gravo os sambas que acho bons, de qualidade, que me identifico”, revela Zeca sobre a canção que foi composta por Serginho Meriti e Eri do Cais.
Zeca acredita que o samba sempre foi e continua sendo um patrimônio cultural essencial para o Brasil. Ao longo dos anos, ele viu o gênero evoluir e alcançar novas gerações, o que ele celebra com entusiasmo. “O samba sempre está evoluindo e é bom que isso aconteça. Quanto mais gente fazendo samba, melhor. E, sim, tem uma garotada que curte muito Zeca Pagodinho”, diz ele, destacando o papel do ritmo como tradição viva que continua a inspirar.
Sobre a importância de sua trajetória musical, Zeca reflete com simplicidade. Embora tenha lançado inúmeros sucessos, ele evita destacar uma música em particular como mais importante. “Todas que gravei são importantes por algum motivo”, crava. Aos fãs do Recife, o artista promete um show com “muito samba bom e muita alegria”. Quanto ao futuro, revela que, após essa turnê, continuará fazendo o que mais ama: levar o samba para o público, com a mesma leveza e espontaneidade que marcam essas quatro décadas.
O show deste sábado reúne ainda clássicos como Pisa Como Eu Pisei (parceria com Aluísio Machado e Beto Sem Braço), Ser Humano (Claudemir, Marquinho Índio e Mário), Quando a Gira Girou (Claudinho Guimarães), Lama nas Ruas (Almir Guineto), Mais Feliz (Toninho Geraes e Paulinho Rezende), Vai Vadiar (Ratinho e Monarco) e Judia de Mim (Zeca Pagodinho e Wilson Moreira). Cada uma dessas músicas traz um pedaço da essência do samba e do espírito de Zeca, que sempre soube como ninguém unir sua vivência com a tradição do gênero.