ROBSON GOMES
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Se sua vida fosse um grande livro para colorir, com quais cores você pintaria? Embora a pergunta seja um tanto abstrata, concretamente falando, existe uma artista que boa parte de sua trajetória tem sido em função de fazer a vida de crianças e adultos mais colorida na televisão, na música e no cinema. E nesta quinta-feira (27), dia em que completa 62 anos, ela presenteia o público infantil com um álbum inédito nas plataformas digitais dedicado a esses diversos tons: estamos falando de Xuxa Meneghel e o seu Só Para Baixinhos 14 – Cores.
>> Leia a coluna Giro desta quinta-feira, 27/03/2025
Lançado pela Som Livre, esta nova edição do XSPB quebra um hiato de quase dez anos, já que o último foi lançado em 2016. Em entrevista exclusiva ao Giro, Xuxa conta porque esse formato ainda merece ser continuado. “Não sei se a palavra seria ‘merece’, mas não tem como não fazer um projeto desses em qualquer época da minha vida, como foi há 20 anos, há quase 10 anos, porque estou amadurecendo e aprendendo. E nada mais justo do que dedicar o meu melhor para as crianças no decorrer da minha carreira”, justifica a artista, que completa: “Se eu sacar que as pessoas não querem mais ver ou ouvir o que tenho para oferecer, acabou o projeto. Caso não, existe muito chão pela frente. E enquanto os pais acreditarem que o que entrego é o que eles também querem dar a seus filhos, ele continuará com muito tempo de vida”.
Com direção artística da própria Xuxa, direção musical do marido Junno Andrade e produção de Carlos Bezerra, o XSPB 14 – Cores traz 13 faixas. Neste novo trabalho, enquanto as músicas tem a missão de entreter as crianças desta nova geração, alguns videoclipes, figurinos, ilustrações e a volta de algumas Paquitas fazendo coro de dez canções, tem a intenção clara de atrair os “eternos baixinhos”, que hoje são mais que altinhos.
“O fato de escolher uma capa que lembre o Xou da Xuxa 1 com a escrita do lado, e o fato de eu ter um longo tempo de XSPB, me fez ver que crianças que viram esse projeto no início [lançado no ano 2000], hoje também já são pais. Mas não penso friamente nisso, só quero fazer o melhor para as crianças. E aos adultos, quero que pensem: adorei vê-la fazendo isso e estou adorando mostrar isso para meus filhos”, detalha.

Praticamente todas as letras do XSPB 14 falam da beleza e importância de todas as cores para o dia a dia. E nos dias atuais, não tem como também dissociar o conceito de “cores” para refletir também sobre os diversos tons da pele. Mas para Xuxa, essa distinção não existe: “Quando converso com meu público, eu não divido. Não direciono nada para crianças brancas, negras, com dinheiro ou sem dinheiro. Eu trabalho para crianças e ponto”.
O álbum tem as participações do próprio Junno (cantando Vermelho) e Angélica, que encerra o álbum com o dueto Qual a Cor da Amizade?. “No início, eu disse ao Junno que queria falar sobre as cores da amizade. Na realidade, perguntei a ele: ‘Se a amizade tivesse que ter uma cor, qual seria?’ E a música começa assim, porque é muito difícil responder essa pergunta. E falei que queria cantar com a Angélica. Também já pensei num clipe que começasse preto e branco, e depois, tudo ficasse mais colorido. E então, Junno com os outros compositores fizeram essa música acontecer”, relata. E ainda, o clipe da faixa Preto e Branco – com um arranjo de rock – traz várias referências no figurino que lembram Rita Lee, numa verdadeira homenagem à eterna Rainha do Rock, sua grande amiga, falecida em 2023.
Turnê O Último Voo da Nave e Recife
Cores e XSPB à parte, perguntamos à eterna Rainha dos Baixinhos sobre sua turnê O Último Voo da Nave, que será anunciada em breve: “Será um momento que acredito ser muito importante para o meu público, mas muito para mim. Quero dar o meu melhor em visual, roupa, cenários… O meu melhor em tudo para o público que cresceu comigo”. E Recife, fará parte deste momento? “Tomara que sim. Espero que Recife me queira e O Último Voo da Nave passe por aí, porque é um lugar que gosto muito, que sempre me recebeu com muito carinho. Quero muito, muito mesmo!”, anseia Xuxa Meneghel, do mesmo jeito que o público pernambucano sonha receber este nostálgico espetáculo por aqui. É um sonho colorido, que sempre vem pra quem sonhar.