ROBSON GOMES
[email protected]
Estreia nesta segunda-feira (30) na TV Globo a nova novela das sete do canal, Volta Por Cima. O folhetim escrito por Claudia Souto e protagonizada por Jéssica Ellen e Fabrício Boliveira promete trazer uma trama popularesca, tendo o subúrbio carioca e uma empresa de ônibus como pano de fundo para abordar o cotidiano e os dilemas diários de brasileiros de classes sociais menos favorecidas.
>> Leia a coluna Giro desta segunda-feira, 30/09/2024
“Estou trazendo uma história que é muito possível de acontecer com qualquer um, nas relações familiares ou no contexto do trabalho das pessoas. A minha inspiração para essa novela veio no contexto da pandemia, com a observação do que a gente estava vivendo, tanto das pessoas próximas quanto dos noticiários. Comecei a prestar muita atenção na discussão ética nas famílias com relação a dinheiro ou a bens. Então, quis muito falar disso”, define a autora sobre a gênese do folhetim.
A busca por atingir a fatia mais popular dos telespectadores fez com que Volta Por Cima recorresse à criação de personagens e histórias verossímeis como a mocinha honesta e trabalhadora, o parente da família que busca resolver os problemas de forma não muito correta, as relações de trabalho entre patrões e empregados numa empresa de ônibus, pessoas aficcionadas por dorama (novelas e séries coreanas) e, até mesmo, pessoas ricas que tentam viver de aparência, mas que, na verdade, não tem um tostão no bolso.
Durante a festa de lançamento da novela no Rio de Janeiro, a atriz Drica Moraes contou para a coluna Giro que este gênero televisivo ainda tem muito fôlego, mesmo que os números de audiência estejam longe do que a Globo já teve um dia nessa faixa de horário, influenciada por fatores como a ascensão da internet e redes sociais: “Eu acho que a novela é o produto mais mágico. Nem todo mundo pode pagar uma TV a cabo, nem uma conta de streaming, pois tudo isso é caro. Então acredito que a novela é um produto extremamente democrático e não vai acabar tão cedo”.
A opinião de Drica é compartilhada pela colega de elenco Isabel Teixeira que, na novela, interpreta Violeta Castilho, uma viúva de um contraventor. Segundo a atriz, a novela é um patrimônio do nosso país. “Nós vamos continuar vendo novela por um bom tempo, porque é um produto muito nosso. Assistimos novelas para falar bem, ou falar mal, como o futebol. E o público se reconhece nos personagens. E nós, atores, falamos com milhões de pessoas diariamente. Então, tenho certeza que a novela não vai acabar. Pois assim como o mundo está mudando, ela vai ter que mudar ao longo do tempo também”, declarou.
FORÇA NORDESTINA
Apesar de Volta Por Cima ter o subúrbio do Rio de Janeiro como locação, o Nordeste pode ser visto nesta nova trama das sete. No elenco, a paraibana Isadora Cruz vive Roxelle, uma mulher de temperamento forte que vai ser a pedra no sapato da mocinha Madá (Jéssica Ellen) na disputa por Chico (Amaury Lorenzo). E ainda, o recifense Rodrigo Garcia vive o contraventor e agiota Renato Castilho, o Baixinho.
Na trilha sonora, a região é contemplada com música da maranhense Pabllo Vittar, além de Alcione no tema de abertura junto com a carioca Ludmilla na faixa título, e do saudoso rei do brega Reginaldo Rossi, que será ouvido na novela com o hit Amor, Amor, Amor.