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‘Seu Cavalcanti’ é retrato afetuoso de um avô pelo seu neto

ANDRÉ GUERRA

Há mais de duas décadas que o cineasta e preparador de elenco pernambucano Leonardo Lacca começou a registrar a rotina cheia de peripécias do seu avô, Severino Cavalcanti, dentro de casa, passeando de carro e em festas animadas. Passados quase dois anos de uma calorosa estreia na competição da 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes, onde arrancou risadas e emocionou a plateia, o afetuoso documentário Seu Cavalcanti, produzido por Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux, estreia agora no Recife, sua terra natal, no Cinema da Fundação (Derby).

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Severino é realmente uma figura digna de cinema. Ex-policial cheio de força física, saúde, independência e lances espirituosos, ele se deixou registrar constantemente pelo neto, a quem tinha como um filho, permitindo uma série de experimentos visuais e até a ficcionalização de alguns momentos mundanos, como uma sequência que conta com a participação marcante de Maeve Jinkings.

Essa brincadeira entre ficção e documentário é uma das graças desse filme de apenas 70 minutos de duração, que, apesar de expor com proximidade um dia a dia tão particular de uma família, revela-se universal. A simplicidade em alguns dos registros é a graça e o charme de Seu Cavalcanti, que expõe ainda o amadurecimento profissional e pessoal do seu realizador, conhecido pela preparação de elenco dos longas Bacurau e O Agente Secreto e da novela Dona de Mim e ainda pelo elegante drama Permanência, que lançou em 2014, protagonizado por Irandhir Santos.

“O filme nasceu de maneira muito despretensiosa, então é bonito demais ver, após tantos anos de feitura, ele entrar em cartaz e se conectar com as pessoas”, exalta o diretor ao Giro. “É uma estreia que acontece em um momento particularmente especial para mim e para o cinema pernambucano. É incrível Seu Cavalcanti fazer parte de uma grade repleta de filmes como O Último Azul e o próprio Dormir de Olhos Abertos, outra produção de Kleber e Emilie. Agora, a história do meu avô ficará também como parte do imaginário desse movimento”.

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