ROBSON GOMES
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As artes cênicas no Grande Recife tiveram um ano de completa efervescência em 2024. Mesmo com a triste perda da atriz Ivonete Melo – ícone do teatro pernambucano e militante incansável da arte – já no primeiro dia do ano, os principais tablados da capital e de Olinda foram cenários de espetáculos memoráveis, com montagens locais e nacionais que levaram o público a aplaudir e lotar esses espaços, mostrando que o teatro tem força e lugar de destaque na agenda cultural do nosso Estado.
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Faz-se necessário destacar o papel importante que os festivais desempenharam ao longo do ano, abrindo as portas para espetáculos de vários tamanhos. O Janeiro de Grande Espetáculos, por exemplo, festejou merecidamente em 2024 a sua 30ª edição, levando montagens não só para o Recife, contemplando ainda o interior do Estado. Em maio, teve a volta do Festival Palco Giratório à capital pernambucana. O Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco chegou à sua edição de número 20. E em novembro, o Festival Recife do Teatro Nacional organizou, pelo 23º ano, um elogiado evento.
Do Teatro Guararapes, em Olinda, ao Teatro Luiz Mendonça, quase na divisa do Recife com Jaboatão, atores locais e nacionais desfilaram seu talento, entregando atuações, vozes afinadas e emoções na medida certa. Entre os pernambucanos, vale ressaltar os trabalhos apresentados por nomes como Fabiana Karla (Nessa Mesa de Bar), Duda Rios (Jacksons do Pandeiro), Ceiça Moreno (O Admirável Sertão de Zé Ramalho), Aramis Trindade (Romeu e Julieta, Cordel de Ariano Suassuna), Murilo Freire (Esquecidos Por Deus) e Jeison Wallace, que reapresentou nos palcos o clássico Cinderela, a História Que Sua Mãe Não Contou e o novo Toda Cidade Tem, ao lado de Flávio Andradde, que também esteve em cartaz com Comediano. Além disso, teve mais um ano de sucesso das temporadas de Jesus, a Luz do Mundo no Bairro do Recife, e a tradicional Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, no agreste pernambucano. E dois conterrâneos de nível nacional emocionaram o público ao passar com suas montagens por terras recifenses: Arlete Salles com Ninguém Dirá Que é Tarde Demais, e Marco Nanini, com Traidor.
Junto a eles, uma verdadeira constelação de artistas consagrados escolheram Recife e Olinda como palco de suas peças em 2024: Amaury Lorenzo (A Luta), Amir Haddad (Zaratustra), Ana Guasque (Amantes do Teatro, a Comédia), Carol Duarte (Babilônia Tropical), Cissa Guimarães (Doidas e Santas), Claudia Abreu (Virginia), Eduardo Moscovis e Patricya Travassos (Duetos), Grace Gianoukas (Nasci Pra Ser Dercy), Guilherme Leme (O Estrangeiro Reloaded), Heloisa Périssé (A Iluminada e Avesso do Avesso), Laila Garin (Elis, a Musical), Maitê Proença (O Pior de Mim), Marcelo Serrado (Avesso do Avesso), Marisa Orth e Tânia Bondezan (Radojka), Mônica Martelli (Minha Vida em Marte), Nany People (Como Salvar Um Casamento), Othon Bastos (Não Me Entrego, Não!), Paulo Betti (Autobiografia Autorizada), Robson Torinni (Tebas Land), Rodrigo Sant’Anna (Atazanado), Vera Holtz (Ficções), Sergio Marone e Juliana Martins (Eu Te Amo), Silvero Pereira (Pequeno Monstro), Susana Vieira (Shirley Valentine) e Zeze Polessa (Nara).
Outras montagens e musicais também lotaram plateias este ano no Grande Recife como Belchior: O Musical, Hair, Emplumadas – Avuar Pelas Sombras e Três Luzes. As crianças também foram bem servidas com os espetáculos especiais: DPA A Peça 2 – Um Mistério em Magowood, Branca de Neve, Hoje, Godot não vem! e Ariel, a Pequena Sereia.
Com tanto abrir e fechar de cortinas que tivemos este ano, a cena teatral em Pernambuco se abasteceu de forças para fazer com que 2025 seja tão intenso e prestigiado quanto, repleto de sessões lotadas e de ininterruptos aplausos. E como o espetáculo não pode parar, o público segue prestigiando, hoje e amanhã, o Baile do Menino Deus, no Bairro do Recife, e nos primeiros dias de 2025, mais uma edição do Janeiro de Grandes Espetáculos.
