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Retrospectiva 2024: o ano em que a Televisão resistiu e fez história

ROBSON GOMES // [email protected]

Quem ligou a televisão no ano de 2024 se deparou com um veículo que seguiu lutando bravamente contra a ascensão dos streamings. Mesmo com índices de audiência aparentemente mais baixos que os “tempos de outrora”, alguns produtos conseguiram movimentar as rodas de conversas, e principalmente as redes sociais, para quem gosta de entretenimento.

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No começo do ano, o Big Brother Brasil 24, da TV Globo, entregou uma edição confusa. Teve expulsão da cantora Wanessa Camargo, a desistência da influencer pernambucana Vanessa Lopes e um vencedor controverso: o baiano Davi Brito. Quem se deu bem de verdade após o reality foi Beatriz Reis, a Bia do Brás, que emplacou participação na novela Família É Tudo e está garantida como repórter do BBB 25, que estreia no dia 13 de janeiro. Em abril, o SBT estreou, sem muito alarde, o Sabadou com Virgínia, um programa de auditório apresentado por uma influenciadora digital com mais de 50 milhões de seguidores, mas que deu certo no canal, atingindo a vice-liderança isolada na audiência e pautando os perfis de fofoca no Instagram. Também foram bons acertos a nova temporada do Lady Night, no Multishow, e a estreia de Cissa Guimarães no Sem Censura, na TV Brasil.

Nos bastidores da televisão, algumas saídas movimentaram os corredores e os noticiários de celebridades: Eliana deixou o SBT depois de 15 anos para assinar com a Globo. Quase ao mesmo tempo, Maisa, que estava nos streamings, também foi contratada pela emissora carioca para fazer sua primeira novela no canal, Garota do Momento. Já o famoso Big Boss, Boninho, pegou todos de surpresa ao anunciar sua saída da Globo. O ano ainda termina com três grandes apresentadores saindo dos canais em que trabalhavam: Raul Gil, no SBT, Rodrigo Faro, na Record, e Ana Paula Padrão, na Band.

No mês de agosto, a morte de Silvio Santos desencadeou vários momentos históricos na TV aberta, com todas as emissoras prestando reverência e as merecidas homenagens a um dos maiores comunicadores do Brasil, marcando também o início de uma nova era no SBT, com suas filhas assumindo, em definitivo, as rédeas do canal, gerando reformulações e demissões de talentos como Christina Rocha, Chris Flores e Regina Volpato.

Na dramaturgia, o streaming tomou a frente e a Netflix emplacou o sucesso Pedaço de Mim. Apesar de a plataforma não rotular como novela, o “melodrama” protagonizado por Juliana Paes e Vladimir Brichta, e assinado por Angela Chaves (ex-autora da Globo) deu o que falar positivamente. No final de novembro, porém, a mesma plataforma lançou a série Senna, sobre o piloto Ayrton Senna, mas os poucos segundos de tela para a personagem de Adriane Galisteu gerou mais questionamentos e polêmicas do que boa repercussão.

O streaming da TV Globo, Globoplay, viu um meme (o famoso “Que Xou da Xuxa é esse?”) ser o chamariz de sucesso para o documentário Pra Sempre Paquitas, um dos hits desse ano da plataforma, mas errou a mão nas novas temporadas das séries Justiça e Os Outros. E a promessa de um novo reality show musical para unir streaming e TV aberta, o Estrela da Casa não teve uma estreia decepcionante, mas foi renovado para 2025.

Entre as novelas lançadas na TV aberta neste ano, as que tiveram boa aceitação do público e ainda estão em cartaz são Garota do Momento, no horário das seis da TV Globo, e Volta Por Cima, no horário das sete. A faixa das nove do canal, porém, teve dificuldades com o remake de Renascer e a já perdida Mania de Você, de João Emanuel Carneiro, que prometeu muito, mas entrega uma trama que vai de mal a pior a cada dia. O SBT também lançou uma novela infantil inédita, A Caverna Encantada, porém, não tem registrado boa audiência para a emissora.

Além disso, as reprises da Globo conseguiram o feito de ter mais audiência e repercussão que as novelas inéditas, como foi Alma Gêmea e, sua substituta na faixa atualmente no ar, Tieta. Também vale ressaltar um momento histórico da teledramaturgia brasileira em que três atrizes pretas – Duda Santos (Garota do Momento, às 18h), Jéssica Ellen (Volta Por Cima, às 19h) e Gabz (Mania de Você, às 21h) – ocupam, pela primeira vez, o posto de protagonistas das três novelas inéditas da Globo.

No Grande Recife, a televisão também se movimentou bastante. Na TV Jornal, Jeison Wallace, a Cinderela, saiu de cena depois de anos com o Papeiro. Houve troca de turno de apresentadores nos principais telejornais da afiliada do SBT. A Tribuna fez uma contratação de peso com Fernando Rêgo Barros assumindo a direção de jornalismo do canal, o que acarretou na convocação de talentos como Pablo Marques e Rembrandt Júnior, além de novos programas na grade, como o vespertino Bem Você. A TV Guararapes convocou a jornalista Vivi Rolemberg para turbinar as tardes do canal com o Vem, Pernambuco. Na Globo Recife, a novidade foi o Saúde Na Dose Certa, comandado pela nutricionista Mari Domício, nos sábados à tarde do canal.

Em nível nacional, a pernambucana Fabiana Karla fez uma estreia bastante competente no comando do Bake Off Brasil – Mão na Massa, no SBT. Já nas novelas, atores pernambucanos se destacaram nos folhetins como Irandhir Santos e Julia Lemos (Renascer), Duda Rios (No Rancho Fundo), Arlete Salles e Robson Torinni (Família É Tudo), e Allan Souza Lima (Mania de Você).

Para 2025, uma das grandes expectativas para quem gosta de TV é o remake da novela Vale Tudo no horário das nove da Globo no mês de março. A nova versão da principal obra da teledramaturgia brasileira está sendo escrita por Manuela Dias e traz Taís Araujo como protagonista no papel imortalizado por Regina Duarte. E em meio ao grande elenco, dois pernambucanos: Renato Góes será Ivan Meirelles, vivido na versão original de 1988 por Antonio Fagundes, e Clarissa Pinheiro interpretará a doméstica Lucimar.

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