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Em um ano em que furacões climáticos assolaram alguns países pelo mundo, Recife testemunhou em 2024 o sucesso da cantora Dany Myler, que leva consigo a alcunha de Furacão. Também pudera, a artista – que também é empresária, mentora, influenciadora, ativista e mãe – que se destaca no brega pernambucano teve um ano bastante proveitoso, pessoal e profissionalmente, e agitou bastante sua carreira marcando seu nome em vários projetos musicais, sociais e de empreendedorismo em paralelo ao showbiz.
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“Eu digo que 2024 foi o ano da colheita, sabe? Plantei sementes incríveis ao longo da minha carreira solo e ao longo desses 366 dias pude ver tudo florescer”, reflete Dany Myler, em entrevista ao Giro. “Foi o ano em que fui mãe novamente, de maneira planejada. Colhi trabalhos incríveis durante o Carnaval no Recife e Olinda, cantei no São João de Caruaru, no Polo Camarão, lancei o projeto FlashBrega, para reverenciar a história do nosso brega pernambucano, fui homenageada na Câmara dos Vereadores do Recife devido à minha trajetória enquanto pessoa preta e protagonista de minha história, dei um primeiro passo num projeto de empoderamento feminino na música, que é o Entre Ellas, e no fim do ano, tive o presente de retomar um projeto musical maravilhoso junto com as cantoras Dayanne Henrique e Eliza Mell: o Rolê das Poderosas”, completa.
Ciente de sua potência enquanto mulher preta e periférica, ativista em prol de causas como os direitos das crianças atípicas (por ser mãe do pequeno Danilo) e da comunidade LGBTQIAPN+ – assim como sua musa inspiradora, a cantora Beyoncé – Dany Myler tem consciência do seu espaço enquanto artista: “A gente não pode mais normalizar o apagamento cultural da cultura negra, da cultura de matriz africana e da nossa figura enquanto negros. Eu busco representar tantas mulheres negras que sonham ou já são empresárias, que realizam seus sonhos, administram suas carreiras e automaticamente, gera renda para outras pessoas. Com isso, vamos sendo fonte de inspiração”.
Embora seja bastante engajada politicamente, Dany conta que não planeja dar um passo maior nessa área por enquanto. “Ainda tenho muito que aprender. Tenho muito que caminhar com as pessoas, ouvir mais para, quem sabe, almejar um cargo público futuramente e poder estar somando ainda mais com as pessoas que precisam ter essa consciência de classe e contribuir com a vida de quem mais precisa. Temos que pensar no global, não podemos ser individualistas. Eu prego muito isso no meu trabalho e na minha vida”, analisa.
Voltando à música, Dany Myler conta da felicidade de retomar o projeto musical de brega com Dayanne e Eliza, atendendo a um desejo antigo do grande público que acompanhou a carreira delas enquanto trio até antes da pandemia: “Essa retomada foi um presente! Nos unimos novamente para resgatar esse poder do brega, das mulheres no brega, o poder dos fãs do brega. Me sinto muito feliz de estar novamente com as meninas, de estarmos juntas na fase que estamos hoje. Sem contar o respeito que tenho sobre a história de Eliza Mell, a história de Dayanne, que também se consolidaram no brega pernambucano. A gente tem uma sintonia que é incontestável. Até quem não gosta, não contesta que nossos trabalhos individuais são bons, mas nosso trabalho juntas sempre vai ser melhor. E em 2025, vai ter muito Rolê das Poderosas pra gente curtir”.
Falando no ano que vem, a cantora antecipou que tem preparado várias coisas. “Tenho projetos musicais para serem entregues, um deles reverenciando minha trajetória em outro ritmo que também faz muito parte da minha vida. As pessoas aguardem um trabalho de muita sensibilidade, respeito, conceito mas, principalmente, de muita raiz familiar. É a minha família que quero reverenciar agora. Eu que já reverenciei outros artistas, o meu movimento brega e a minha história, nesse início de 2025, lançarei um projeto para contemplar o meu legado artístico”, entrega ela, mantendo um certo mistério.
Além de seguir tocando sua carreira solo, o Rolê das Poderosas e outros projetos pessoais, Dany Myler também deseja compartilhar seu conhecimento para quem quer (sobre)viver no meio musical: “Em janeiro, lanço um curso chamado MAR, que é o Método Artista Relevante. O MAR vem do conceito de que existe um mar de possibilidades, desde que nós artistas, enquanto velejadores, busquemos nos desenvolver e aprendermos a navegar, conduzir nosso próprio barco nesse marzão de oportunidades e chegarmos na ilha que a gente tanto almeja”.
Ao que tudo indica, a multiartista seguirá a todo vapor, dentro e fora dos palcos, no ano que está para chegar. “Vamos entrar 2025 com tudo, porque não é à toa que me chamam de Furacão Dany Myler. Eu realmente sou um furacão imparável, por isso, as pessoas podem esperar muito de mim ainda”, decreta.
