A primeira fase de Renascer vai deixar saudades. Com índices de audiência que giraram em torno dos 30 pontos e ampla repercussão nas redes sociais, a novela consagrou vários novos talentos para o Brasil. A pernambucana Julia Lemos, que deu vida à doce Flor, uma das meninas do bordel de Jacutinga, foi um deles. “É um orgulho fazer parte de um momento tão especial na teledramaturgia”, conta ela ao blog Giro, do Diario de Pernambuco.
De volta ao Recife depois de quatro meses no Rio de Janeiro, entre preparação e gravações, Julia retomou o curso de Cinema e Audiovisual da UFPE. E dividiu a rotina de estudos nos últimos dias com a expectativa de ver sua estreia em TV no ar. “Formamos um grupo muito unido, um torcendo pelo trabalho do outro. Foi uma sensação incrível acompanhar os capítulos com todo mundo junto através do WhatsApp, na maior festa”, revela a atriz, que mora no bairro da Iputinga.
Julia chegou a estudar Direito, também na UFPE, seguindo os passos da mãe, Cristina, que é advogada. Na metade do curso, percebeu que seu desejo era outro. “Foi uma decisão ousada jogar tudo para o alto, mas tive total apoio familiar. Minha mãe sempre estimulou o amor pela arte e entendeu a minha inquietude naquele momento”, vibra.
O convite para Renascer veio através da produtora de elenco Marcela Bérgamo, também pernambucana, que conheceu o trabalho de Julia por meio de videobooks. “Eu participei de uma oficina de atores on-line, com gente do Brasil inteiro, e ela acabou tendo acesso a esse material. Nem sabia que éramos conterrâneas. Ela só me disse quando ligou para avisar que o papel era meu”, recorda ela, que festejou a boa nova como o grande presente de seus 23 anos, comemorados em 31 de agosto, poucos dias depois da confirmação.
Vale lembrar que ela nem era nascida quando a primeira versão da novela foi ao ar, em 1993. “Eu sabia que era uma trama muito elogiada. Ouvia as pessoas falarem com muito carinho da história, mas nunca tinha parado para vê-la”, revela. “Quando veio o convite, vi no Globoplay uns 40 capítulos. Queria entender mais sobre aquele universo. É realmente um épico, feito de modo majestoso”, elogia.
O papel de Flor foi vivido na década de 1990 por Rita Santana, natural de Ilhéus, que hoje atua como escritora e educadora. Jacutinga, por sua vez, teve Fernanda Montenegro como intérprete original. Na nova versão, coube a Juliana Paes o icônico papel. “Eu cresci vendo o trabalho da Juliana. E ela nos acolheu de uma maneira muito cuidadosa, como uma mãe mesmo, sempre atenta às nossas cenas, dando toques. Foi um grande presente poder estrear ao seu lado. Sem falar que é incrível vê-la em ação”, festeja ela, cuja personagem se casou com o plantador de cacau Jupará, interpretado por Evaldo Macarrão.
Além do desejo de fazer novos trabalhos como atriz, Julia não descarta outras possibilidades artísticas. Apaixonada pelo teatro musical, ela já mostrou seu lado cantora no EP Script, lançado em 2023, com três composições próprias, “feito de forma caseira, mas com muito amor e cuidado”.
E o carnaval, Julia? “Adoro, mas acho que vou ficar mais quieta este ano. A novela acabou me distraindo, nem me toquei que estava tão próximo”. Diante de tantas emoções vividas nas últimas duas semanas, a pernambucana não tem do que se queixar. E 2024 está só começando.
