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O que explica o sucesso da novela ‘Beleza Fatal’, no Max?

THIAGO TIÃO
Especial para o Giro

Após décadas, uma novela produzida fora dos Estúdios Globo é um verdadeiro fenômeno. Beleza Fatal, a primeira telenovela brasileira do serviço de streaming Max em parceria com a produtora Coração da Selva, já conquistou o público e está presente nas rodas de conversa dentro e fora das redes sociais. A trama alcançou o top 1 em 15 países, dominando a internet e os assuntos mais comentados com seus capítulos semanais. De fato, furou a bolha e pode alcançar ainda mais espectadores com sua estreia na TV aberta, no horário nobre da Band, a partir do dia 10 de março.

>> Novela ‘Beleza Fatal’, na Max: o que achamos do primeiro capítulo?

A imprensa especializada está com os olhos voltados para a trama escrita por Raphael Montes e se questiona: qual é a fórmula do sucesso por trás de Beleza Fatal? Seria a brilhante direção de Maria de Médicis, que marca presença constante? A atuação do elenco estelar, afastado da telinha devido à nova política de contratos da Vênus Platinada? Ou o roteiro ágil, supervisionado pelo ex-todo-poderoso da teledramaturgia da emissora carioca, Sílvio de Abreu, repleto de capítulos eletrizantes que prendem os telespectadores amantes do gênero?

Os mais críticos também apontam furos no roteiro e questionam: se a novela tivesse mais capítulos, como ocorre com as produções de outras emissoras, a trama teria fôlego?

Ouso dizer que o sucesso de Beleza Fatal está na sua simplicidade: é uma novela com cara de novela. Tem tudo o que o telespectador gosta: um enredo acessível, com direito a uma mocinha vingativa, Sofia (Camila Queiroz), uma mãe guerreira (Giovanna Antonelli) e uma vilã cômica, carismática e repleta de bordões, como a espetacular Lola, interpretada brilhantemente por Camila Pitanga. Sem falar que estamos adorando amar e odiar Benjamim (Caio Blat) e sua dupla inseparável, Rog (Marcelo Serrado), além de acompanhar os mistérios da família Argento.

Beleza Fatal aborda temas sociais, trazendo reflexões sobre os bastidores do mundo da beleza e o dia a dia de uma influenciadora — tudo isso sem forçar ou temer o cancelamento devido ao politicamente correto que se exige atualmente. Para se ter ideia, a mocinha é disputada por dois atores negros: Breno Ferreira, que interpreta Alec Paixão, e Gabriel, interpretado por Enzo Romaní na fase adulta. Isso já representa um avanço.

Não posso deixar de destacar a importância dos núcleos paralelos, que enriquecem a narrativa e trazem tramas tão envolventes quanto a principal. Quem não está literalmente apaixonado pelo casal de golpistas Elvira e Lino Paixão (Augusto Madeira)? Destaque para a química entre os dois em cena, que é impressionante, tornando cada aparição deles um verdadeiro espetáculo. Além disso, a trajetória de Thomás (Murilo Rosa) e Andréa (Kiara Felippe) já conquistou o público, que torce para que ele enfrente o sogro e assuma de vez sua paixão por Andréa. A personagem, uma mulher trans, foi impedida de realizar sua cirurgia na clínica dos Agentos.

No final das contas — e olhe que ainda falta metade da trama — Beleza Fatal é uma novela sem medo de ser novela. É aquele folhetim que o brasileiro ama acompanhar para comentar no dia seguinte: no trabalho, no salão de beleza, na parada de ônibus e nas redes sociais. Finalizo parafraseando o compositor Capiba: “Queiram ou não, queiram os juízes, de fato, Beleza Fatal é um sucesso”.

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