Morreu, na manhã desta terça-feira (17), aos 90 anos, o jornalista, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Cícero Sandroni. Ele ocupava a cadeira nº 6 da instituição, sucedendo Roberto Marinho. Segundo a ABL, Sandroni faleceu em casa, no Rio de Janeiro, após um choque séptico provocado por uma infecção urinária.
O velório está marcado para acontecer nesta quarta-feira (18), às 10h, na sede da Academia Brasileira de Letras, no centro do Rio. Cícero Sandroni deixa a esposa, Laura Constância Austregésilo de Athayde, cinco filhos e um neto, além de um extenso legado no jornalismo e na literatura brasileira.
Natural de Guaxupé, no interior de Minas Gerais, Sandroni se mudou ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde concluiu a graduação em Comunicação Social pela PUC-Rio. Estagiou e trabalhou em importantes veículos da imprensa brasileira, como Tribuna da Imprensa, Correio da Manhã, Jornal do Brasil e O Globo, onde se destacou como repórter político nos anos 1950 e 1960. Em 1961, foi nomeado secretário de imprensa da Prefeitura do Distrito Federal e participou da redação da mensagem enviada por Jânio Quadros ao Congresso pouco antes de sua renúncia.
Após o golpe militar de 1964, Sandroni foi afastado do cargo de presidente do IAPM (Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos). Retornou ao jornalismo, trabalhando novamente no Correio da Manhã, até a intervenção do regime no veículo. Ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo em 1974 e, dois anos depois, assinou o Manifesto dos Mil, documento de intelectuais contra a censura, ao lado de nomes como Nélida Piñon e Lygia Fagundes Telles.
Autor de obras como O Diabo Só Chega ao Meio-Dia (1985), Cosme Velho (1999) e O Peixe de Amarna (2003), Sandroni foi eleito para a ABL em junho de 2002 e tomou posse em agosto do mesmo ano.
