DERICK SOUZA
Inaugurando suas narrativas musicais e autorais, a cantora, compositora, bailarina e atriz Laís Senna avermelhará o palco do Teatro do Parque, nesta quinta-feira (4), para o show de pré-lançamento de seu primeiro disco, ‘Nordeste Vermelho Coração’, que será lançado ainda esse ano. Depondo sobre um Nordeste pulsante, político e feminino, o espetáculo combinará música, dança e poesia, com as participações de Poli e Felipe Costta. A abertura da noite, que começa às 19h, ficará por conta de Carlos Filho.
Protagonista de uma nova geração de artistas que defendem e celebram os ritmos tradicionais nordestinos, como o frevo e o forró, investidos de fôlegos e referências contemporâneas, Laís diz que seu primeiro disco é uma demarcação de sua geografia e seus territórios musicais. “Tratar desse território é uma escolha bem política e muito natural/intuitiva também, porque minhas referências, minhas escolas de arte são todas bem nordestinas. Mas não é porque tem raízes bem fincadas, que minha música se restringe. Pelo contrário: quanto mais funda a raiz, mais frondosa a copa da árvore”, garante a artista, que reivindica para sua geração o desejo e a necessidade de inventar novas formas de cantar, celebrar e apresentar o Nordeste ao mundo.
A artista promete um show dançante, poético e vibrante, com músicas do disco e grandes forrós de todos os tempos. “Todas as músicas do disco estão no repertório do show, mas no show tem músicas que não estão no disco”, avisa. “Escolhi a dedo tudo que gravei, porque esse repertório é a primeira história minha, que conto e canto ao mundo. Mas no show também tem releituras, para engrossar o caldo do que quero dizer. Nada monótono, nem retilíneo. Expansão e contração: do jeito que a natureza é.”
Recém-chegada de uma turnê no sudeste, onde realizou o pré-lançamento do seu álbum no Teatro do BNDES, no Rio de Janeiro, na Casa de Francisca e no Sesc Bom Retiro, em São Paulo, Laís diz que “Nordeste Vermelho Coração” é, mais que um depoimento de amor ao Nordeste, a afirmação da voz de uma mulher “jovem, parda e sonhadora”, que carrega na voz sua verdade e a luta de muitas gerações. “Tudo que aprendi com a cultura popular nordestina é o chão de onde venho e onde escolho seguir pisando, ainda que corra o mundo inteiro.”