ROBSON GOMES
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Há 50 anos, uma voz inconfundível que compõe, canta e conta histórias românticas através da música faz parte da vida de muitos brasileiros. Assim pode ser definida a carreira de sucesso de José Augusto Cougil, ou para os íntimos de sua vida artística, apenas José Augusto. O carioca de 70 anos desembarca na capital pernambucana nesta sexta-feira (17) para apresentar o show Histórias em Canções no palco do Classic Hall, em Olinda, a partir das 20h. O grupo Roupa Nova completa a programação.
Em conversa com a coluna Giro, José Augusto tenta resumir sua vitoriosa trajetória de cinco décadas: “Se tivesse que usar algumas palavras, seriam: perseverança, sorte, trabalho, talento e, claro, um Deus maravilhoso que me deu o dom e me deixa permanecer durante tanto tempo, cantando para um público que amo e tenho certeza que me ama também”.
Romântico convicto que se traduz na interpretação de canções como Chuvas de Verão, Separação, Indiferença e Fantasias – já garantidas no repertório de amanhã –, para este artista o amor onipresente em suas músicas ultrapassa as barreiras do tempo e até da forma de consumir música, desde o disco de vinil até as atuais plataformas digitais.
“As plataformas hoje são consumidas por gente mais jovem, mas isso não impede que a música romântica continue viva, porque esse público também se apaixona, tem o primeiro amor, as tristezas, desenganos e alegrias por esse sentimento. Por isso, a música romântica vai durar para sempre. Não existe nada no mundo que consiga apagar esse gênero. Nenhuma plataforma digital, invenção futura, nada que alguém possa inventar será capaz de apagar a força que tem a música romântica”, enfatiza.
Ao cantar tantas histórias de amor, José Augusto reconhece que parte de sua vida é inserida em algumas de suas músicas: “Existem várias canções baseadas em histórias minhas, às vezes um pouco até disfarçadas. Sábado, por exemplo, começou a nascer falando da minha tristeza ao deixar meus filhos em casa e ter que viajar todos os dias praticamente e muitos meses por ano. Depois mexi um pouco na letra junto com Paulo Sérgio Valle, pois descobri que não poderia falar daquele jeito, não cabia. Pois o público saberia exatamente as palavras que eu dizia em relação aos meus filhos”.
Coautor do megahit Evidências junto com o mesmo Paulo Sérgio Valle, o artista teve a chance de ir para as telonas recentemente falar desse sucesso ao lado de Fábio Porchat e Sandy no filme Evidências do Amor. “Foi muito divertido! Nunca tinha participado de um filme e, principalmente, falando de uma canção minha. Porque ali conta uma história que aconteceu com a música envolvendo os personagens do Fábio e da Sandy. Mas na verdade, eles tocam num assunto que aconteceu com a própria música, que foi feita em 1989 e hoje, em 2024, é como se ela tivesse sido criada ontem, porque as pessoas cantam com o mesmo entusiasmo”, vibra.
A verdade é que se José Augusto pudesse definir sua carreira em apenas uma canção, ele saberia exatamente como ia compor. “São 50 anos vividos com muito trabalho, mas com muito carinho das pessoas, muito amor. Hoje com as redes sociais, ler o que elas escrevem sobre mim, minhas músicas, tudo isso eu falaria numa canção só. E ela seria sobre o grande amor que sinto em todo esse tempo”, idealiza o atemporal artista.