Nos anos 1980, bastava o Grupo Alcano ser anunciado para os bailes dos clubes pernambucanos lotarem. Neste sábado (2), no Clube Ferroviário, em Jaboatão dos Guararapes, e domingo (3), no Clube Ares Cisnes, no Recife, não será diferente. O conjunto celebra seus 51 anos com uma dobradinha de shows repletos de sucessos que embalaram gerações e fizeram história nas pistas.
Alcano, homônimo da substância química que simboliza energia e transformação, trouxe à cena uma proposta inovadora em diversos aspectos técnicos e visuais, como mesa de som, PA, palco de bateria, figurinos elaborados com costureiro exclusivo e um marketing agressivo. O verdadeiro divisor de águas, porém, foi a gravação do hit Paraíso Perdido na Rozenblit, em 1981, quando as bandas mais conhecidas do estado evitavam os estúdios locais pela limitação dos equipamentos.
Com apoio técnico do baixista Jailton Nascimento, que trouxe a bagagem das noitadas para dentro do estúdio, o grupo conseguiu uma gravação com qualidade acima do esperado. “A repercussão foi tão grande que outras bandas passaram a gravar por aqui também”, relembra Carlos Maia, um dos membros fundadores, à reportagem do Viver. A distribuição pelo selo Copacabana, que já teve em seu catálogo figuras como Dolores Duran e Ângela Maria, culminou na estreia do hit na Discoteca do Chacrinha, programa da TV Bandeirantes que catapultou a faixa para o cenário nacional.
Apesar das constantes mudanças, o Alcano segue firme guiado por veteranos como Carlos, Tuca, Nael e Jailton. Segundo o músico, a comemoração é uma forma de manter viva a memória de tudo o que foi construído. “Tenho certeza de que será um espetáculo apoteótico, um verdadeiro revival das mais belas páginas daquele livro inesquecível que foi, e continua sendo, a nossa linda juventude”, celebra.