O filme brasileiro O Agente Secreto, sexto longa-metragem do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, integra a lista de filmes selecionados para a 78º edição do festival de Cannes, que ocorre entre os dias 13 e 24 de maio na França, conforme anunciado pelo diretor artístico do festival, Thierry Frémaux, e pela presidente do festival, Iris Knobloch, em coletiva de imprensa ocorrida em Paris na manhã desta quinta. O longa-metragem concorre à Palma de Ouro, prêmio máximo da competição, e marca a terceira indicação de Kleber para a disputa do mesmo prêmio, tendo concorrido anteriormente com Aquarius (2016) e Bacurau (2019).
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A trama narra a história de Marcelo (Wagner Moura) no Brasil de 1977. O protagonista é um especialista em tecnologia que foge de um passado misterioso e volta ao Recife em busca de paz. Em meio ao enredo, o personagem logo percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que esperava. Além de Wagner Moura, o Thriller é estrelado também por Gabriel Leone, Maria Fernanda Cândido, Udo Kier, Hermila Guedes, Thomás Aquino, Alice Carvalho, Edilson Filho e grande elenco.
Para Wagner Moura, estar no projeto, principalmente gravando em Recife, foi uma das melhores experiências de sua carreira: “Filmar O Agente Secreto’ foi uma das melhores experiências que tive em sentidos diversos. Trabalhar com Kleber era quase uma obsessão desde que vi O Som ao Redor. Estar em Recife, 25 anos depois de estrear ali A Máquina, a peça de João Falcão, e viver essa cidade incrível com Kleber, Emilie e seus amigos, que agora também são meus, sobretudo saber que para além da alegria de estar no Nordeste falando minha língua, eu estava fazendo um filmaço.”
Para Kleber Mendonça Filho, o filme marca o desejo de levar o Brasil e o Recife cada vez mais longe: “Esse filme é resultado de um desejo grande de continuar filmando o Brasil e o Recife, desta vez no contexto histórico do mundo de 50 anos atrás, de um Brasil do passado. Eu também tinha vontade de fazer um filme de mistério e de suspense, em que o Recife fosse o cenário principal. Eu era criança nos anos 1970, mas me lembro com alguma clareza do ano de 1977, quando eu tinha nove anos. Creio que ’77 foi o primeiro ano que me marcou ainda como criança. Naquela época, o Brasil era muito diferente, mas, de certa forma, também muito parecido com o de hoje”, destaca o cineasta, informando ainda que o filme chegará aos cinemas no segundo semestre.