Derick Souza
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Ambientada na fictícia Santa Cruz, no coração do Sertão nordestino, Guerreiros do Sol, nova novela original Globoplay, teve sua apresentação oficial para a imprensa pernambucana na última sexta-feira (11), na sede da Globo, no Recife. Estiveram presentes o autor George Moura, o diretor Rogério Gomes, a produtora Juliana Castro e os atores Isadora Cruz, Ítalo Martins e Vitor Sampaio. Inspirada na trajetória de Lampião e Maria Bonita, a obra exalta personagens intensos, paisagens brutas e narrativas de resistência.
Com 45 episódios de 50 minutos cada, a produção foi gravada ao longo de sete meses em diferentes locações do Sertão nordestino, entre elas o Vale do Catimbau e a Chapada do Araripe. “Foi uma produção muito robusta. Levamos uma equipe de 250 pessoas para locais de difícil acesso, onde muitas vezes nem há presença humana. Era preciso respeitar a natureza e garantir infraestrutura, alimentação e segurança para todos”, destacou a produtora Juliana Castro.
O autor George Moura, que começou sua carreira na redação da Globo Nordeste, falou com emoção sobre o retorno às origens. “Voltar ao Recife para lançar essa história é revisitar minhas fontes de inspiração. Sonhei durante uma vida inteira em escrever uma novela sobre o cangaço”, disse. A trama, escrita em parceria com Sérgio Goldenberg, tem consultoria de Frederico Pernambucano de Mello, autor do livro homônimo.
Para Isadora Cruz, que vive a protagonista Rosa, a conexão com o sertão e com as mulheres do passado foi visceral. “Quando cheguei ao Sertão, senti que estava acessando uma ancestralidade feminina. Mulheres que vieram antes de mim, que resistiram e foram apagadas da história. Rosa é um tributo a essas vozes silenciadas”, afirmou. Para ela, o trabalho foi também um processo de amadurecimento artístico e pessoal. “Esse projeto me ensinou que, quando você está fazendo as coisas com verdade e com presença, não precisa fazer muito. Você só precisa estar no personagem e pensar como ele. Isso me levou a um outro lugar como atriz, de escuta, de entendimento e até de compaixão comigo mesma. Esse personagem é o maior presente que poderia ganhar”, completou.
Ítalo Martins, intérprete do cangaceiro Milagre, também destacou a dimensão simbólica do papel. “Não tive uma referência externa. O personagem veio de mim, num momento em que eu estava começando na Globo. Foi um presente. Milagre tem poesia, e eu entrei tão fundo nele que não consegui olhar para mais nada”, contou. Já Vitor Sampaio, que vive o cordelista Sabiá, mergulhou no universo do cordel com a ajuda do pernambucano Ciço do Pife: “Foi minha maior dificuldade, mas também uma fonte muito rica.”
Sob a direção artística de Rogério Gomes, conhecido como Papinha, a estética da novela também merece destaque. “Buscamos equilíbrio. Fizemos testes de paleta, estudamos fotografia e roteirizamos a luz natural. O Sertão tem uma luz própria, e a gente quis honrar isso com verdade visual”, explicou o diretor. A trama, que já estreou no Globoplay e no Globoplay Novelas, tem capítulos liberados semanalmente às quartas no streaming, e exibição de segunda a sexta às 22h40 no canal linear.
