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E o Oscar vai para…

Por André Guerra

Oppenheimer é franco favorito inconteste a melhor filme e melhor direção e deve levar várias estatuetas neste domingo; categorias de atriz e animação seguem as mais disputadas

Cillian Murphy e Christopher Nolan estão bem cotados para ator e direção (Universal/ Divulgação)

A cerimônia da 96ª edição do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas está prevista para começar às 20 horas deste domingo e, apesar de surpresas sempre estarem no radar, muitas cartas já parecem marcadas há algum tempo. Celebração da indústria norte-americana que há algum tempo vem buscando retomar seu prestígio popular e validação de várias maneiras, o Oscar tem este ano a melhor oportunidade possível para exaltar o poderio de Hollywood: o favoritismo inabalável de Oppenheimer. 

Consagrado em todos os grandes prêmios televisionados (Globo de Ouro, BAFTA, Critics Choice, SAG) e vencedor no sindicato dos produtores e dos diretores, a cinebiografia do criador da bomba atômica dirigida por Christopher Nolan – também absoluto favorito a melhor diretor – se tornou a terceira maior bilheteria do ano, foi enaltecida por grande parte da crítica e reacendeu na indústria a esperança em filmes adultos históricos de grande porte. Há mais de uma década que o Oscar não tem como vencedor de melhor filme um projeto da escala de Oppenheimer: com 13 indicações, deve levar tanto estatuetas técnicas (fotografia, trilha sonora, montagem) quanto prêmios de atuação, com o favoritismo de Cillian Murphy, em melhor ator, e de Robert Downey Jr, em ator coadjuvante.

O monopólio do filme de Nolan é o principal adversário do igualmente grandioso épico Assassinos da lua das flores, do lendário Martin Scorsese, aqui em sua 10ª nomeação (recorde entre cineastas vivos). Lily Gladstone, no papel da personagem indígena real cuja família é destruída por um plano maquiavélico para herdar sua fortuna em petróleo, venceu o prêmio do Sindicato dos Atores e parece a maior chance do filme não sair de mãos vazias, podendo ainda se tornar a primeira vitória de uma atriz nativo-americana. A concorrência é forte, no entanto, já que a aclamada atuação de Emma Stone na comédia absurdista Pobres criaturas, de Yorgos Lanthimos, venceu o BAFTA e o Critics Choice. A atriz, que já venceu o prêmio de melhor atriz por La La Land, tem boas chances, portanto, de conquistar sua segunda estatueta com apenas 35 anos. 

Fenômeno pop do último ano, Barbie, de Greta Gerwig, é favorito em figurino e design de produção, mas sua maior força está nas canções originais. ‘I’m just Ken’ e ‘What was I made for?’ lideram a corrida com larga vantagem em relação às demais músicas indicadas, com chances muito próximas de vitória. 

Lançado sem alarde no Prime Video, a dramédia satírica Ficção Americana, de Cord Jefferson, debate a representação estereotipada da cultura negra na literatura estadunidense e vem se consolidando como favorito em roteiro adaptado. Já a categoria de roteiro original parece cada dia mais próxima de Anatomia de uma queda, drama de tribunal de Justine Triet e que tem na inteligência dos diálogos e dos subtextos a base da sua força. A comédia dramática natalina Os rejeitados, de Alexander Payne, perdeu força nos últimos prêmios, mas tem como quase certa a vitória de Da’Vine Joy Randolph na categoria de atriz coadjuvante. Já Maestro, de Bradley Cooper, e Vidas passadas, de Celine Song, devem sair zerados da cerimônia, embora o primeiro ainda possa levar o troféu de maquiagem. 

Por estar indicado a melhor filme, Zona de interesse, de Jonathan Glazer, olhar gélido sobre o dia a dia da família do administrador de Auschwitz durante a Segunda Guerra, é o favorito natural a filme internacional e pode ainda ganhar o prêmio de som. E entre as animações, a briga é de Homem-Aranha: Através do aranhaverso contra O menino e a garça, com uma vantagem estatística para o primeiro, que venceu o Sindicato dos Produtores e o Annie Awards, considerado ‘Oscar da animação’, mas que não tira do páreo o longa aclamado de Hayao Miyazaki, que venceu o Globo de Ouro e o BAFTA e se beneficia do fator sentimental de ser o provável último projeto do lendário animador japonês. 

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