ROBSON GOMES
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Estamos em 2024. Um tempo em que a TV aberta parece ter perdido um pouco de seu espaço para os inúmeros streamings. Mas uma coisa permanece intacta neste veículo, que já tem 74 anos de vida em nosso país: a magia de fazer um programa acontecer. E foi numa tarde de terça-feira que a reportagem da coluna Giro foi convidada a acompanhar, direto dos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, parte da gravação do Criança Esperança que exibe, nesta quarta-feira (9), a sua 39ª edição, logo após a novela Mania de Você.
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A magia se reflete, primeiramente, no próprio contexto do programa: que é beneficente, e visa arrecadar fundos para a Unesco apoiar, neste ano, 100 instituições que ajudam crianças e adolescentes a terem um futuro melhor. E, para isso, a TV Globo mobiliza seu elenco e artistas da música brasileira para cederem talento e voz para pedirem doações ao público enquanto a atração estiver no ar.
Ao entrarmos no estúdio do programa, que tem formato 360º, vemos da plateia alguém concentrado circulando de um canto a outro do palco: é o apresentador Marcos Mion. Pela primeira vez, ele comanda sozinho a atração. “A primeira vez que apareci na Globo foi em um Criança Esperança. Tenho um carinho grande pelo especial e memórias afetivas de quando jovem assistindo em casa com a família. Eu tô feliz de estar aqui, de receber tantos nomes importantes para nossa música e cultura nesta festa, que considero a noite mais importante do ano, pois efetivamente muda a vida de milhões de jovens e de crianças”, comentou ele, que também estava atento aos comandos do diretor, Geninho Simonetti.
Em seguida, acompanhamos o ensaio daquele que será o número de abertura do especial: a jovem Gabby Viola – uma das crianças amparadas pelo Criança Esperança –, um pouco nervosa, abre um sorriso e começa a tocar uma moda de… viola. Um ballet de adolescentes abre espaço no palco para surgir a dupla sertaneja Maiara & Maraisa, que canta um medley dos sucessos Estrada da Vida e Um Sonhador. O musical segue com IZA, sentada numa espécie de trono, gravidíssima e rodeada de crianças, que se levanta e vai ao centro do palco cantando o hit Fé. A letra do refrão, inclusive, teve que ser alterada devido aos palavrões, que não cabem ali no contexto social e infantil do programa. E após esta primeira passagem do número para testar enquadramento de câmeras, efeitos e luzes, a plateia é chamada para entrar no estúdio e fazer a gravação “valendo”.
Cerca de 400 pessoas adentram o local – onde também é gravado programas como Caldeirão Com Mion e quadros do Domingão Com Huck. As cantoras também entram e cumprimentam o público, que estavam animados ao verem as artistas de perto. O diretor agradece a presença da plateia e pede muita animação dos que estão ali presentes para iniciar a gravação. O número musical é passado duas vezes, sem diminuir o astral do público. E, ao final, entrou o atleta paralímplico de natação Gabrielzinho, sob muitos aplausos, deixando uma mensagem para os telespectadores sobre a importância da educação e do esporte em sua vida.
CONTERRÂNEOS
Nos corredores do estúdio do Criança Esperança, presenciamos praticamente um tapete vermelho, onde os artistas passam, seja para iniciar sua gravação ou após concluírem as participações no programa, que mesclará as gravações feitas com entradas ao vivo de Mion. E foi nesse ‘corre-corre’ que encontramos os pernambucanos Geraldo Azevedo e João Gomes.
O jovem cantor de Serrita, pai do pequeno Jorge, falou à reportagem da emoção de fazer parte deste especial. “Foi uma honra fazer parte dessa corrente de solidariedade. E estar no palco ao lado de Geraldo, Elba Ramalho e Mestrinho para fazer um número de forró, foi emocionante! A minha escola, quando era pequeno, também foi ajudada pelo Criança Esperança. Então, sinto um orgulho danado de estar aqui”, declarou o artista, contagiado pela magia de fazer não só mais um programa de televisão, mas também pela alegria em ceder o seu talento para fazer o bem.
