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Chefs Rosa Maria e César Santos falam da relação de afeto com as comidas juninas

PEDRO FERRER
Especial para o Giro

Assim como o forró e a quadrilha, a comida é parte indissociável dos festejos juninos. Não é por acaso que as iguarias feitas à base de milho fazem parte do cardápio dos pernambucanos nesse período do ano. Como a colheita acontece próxima às festividades de Santo Antônio (13 de junho), São João (24) e São Pedro (29), a mesa acaba ficando mais rica e saborosa.

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“Minha relação com as comidas juninas vem desde criança, em casa, com a minha mãe Edelvita”, recorda o chef César Santos. “Essa época me traz boas memórias afetivas, de passar a véspera de São João ajudando na cozinha, fazendo canjica, pamonha, bolo de macaxeira, milho. “Ela cozinhava para a família toda e para os vizinhos, então ficou muito essa questão da generosidade, de compartilhar com os outros, de um ato de amor mesmo”.

O Chef César Santos – Foto: Rafael Vieira/DP

Ainda que seu premiado restaurante, Oficina do Sabor, não tenha um cardápio especial para essa época do ano, César aproveita o período para produzir por encomenda alguns dos bolos que aprendeu com a mãe. São eles: Souza Leão, pé de moleque e bolo de tapioca. “Fazem um sucesso danado. Ela fica toda orgulhosa de saber”, conta. Hoje, dona Edelvita tem 100 anos, não cozinha mais, mas os filhos não deixam de presenteá-la com uma boa canjica. “Ela adora”.

Rosa Maria, do Tempero da Rosa, também acessa memórias de infância quando o assunto é comida junina. “Badu, meu pai, foi estivador e taifeiro da Marinha do Brasil. Cozinhar era o que ele mais gostava de fazer, em terra ou no navio. Aprendi tudo com ele”, diz Rosa. “Para o meu pai, o São João era especial. Nessa época, ele pegava o milho seco, descascava e moia para fazer o melhor cuscuz das nossas vidas”, relembra.

O pé de moleque é outra receita campeã do legado do mestre Badu. “Para fazer um pé de moleque bom de verdade, é preciso ter paciência. Troque a canela ralada pelo pau de canela. Coloque o pau de canela no forno e, quando ficar vermelhinho, retire, quebre ele todinho e passe na peneira mais fina. Isso faz toda a diferença. Repita o mesmo processo com o anis-estrelado, a erva-doce e o cravo-da-índia”, revela Rosa, que já ensinou a iguaria no programa É de Casa, da TV Globo. “Eles ficaram impressionados porque, no Rio de Janeiro, pé de moleque é um doce de amendoim, completamente diferente do nosso”.

A cozinheira (ela prefere ser chamada assim) também dá dicas para que a canjica fique “imbatível”. “O ideal é usar leite de coco do próprio coco bem forte. Mas cuidado com o ponto. Quando começar a engelhar, é sinal de que está bom”, conta ela. E tem mais: colocar chá de erva-doce e canela durante o processo de cozimento dá um sabor todo especial ao resultado final.

Tradições

Tanto Rosa Maria quanto César Santos gostam de festejar o São João da maneira mais tradicional. “Mantenho a tradição de comer canjica e pamonha, dançar forró, tomar um quentão. Se tiver uma fogueira, melhor ainda, pois dá para assar o milho. Só não me agrada os fogos, sempre me assusto”, afirma César. “De resto, amo tudo, inclusive o cheirinho da fumaça da fogueira. Não quero perder essa tradição”. E de tradição, os pernambucanos entendem bem.

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Respostas de 4

  1. São João melhor festa do ano, a culinária rica e preciosa. Pessoas como a Rosa q mantém a tradição aquece meu coração, pois claramente a perpetuação permanece. É impossível falar de São João e n lembrar da música (forró), Caruaru, Serra Negra, Petrolina, Campina Grande (cidade do nosso Estado vizinho) e nosso celeiros de músicos, compositores e cantores. Essa festa é completa.

  2. Dois profissionais que nos orgulham, são como Olinda e Recife, diferentes e especiais, sabem acolher e ofertar o que há de bom em nossa terra!
    Parabéns pela matéria e pelo resgate dessas memórias juninas.

  3. A comida! ,o alimento é vida e como a água para corpo ,o combustível para o automóvel, assim pra mim é o milho a macaxeira a batata doce o girimum e a charque, VIVA O ALIMENTO VIVA O NOSSO PERNAMBUCO!! .

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