O Cordão da Bola Preta, considerado o bloco de varnaval mais antigo e tradicional do Rio de Janeiro, chega ao seu 106º desfile reverenciando a Cidade Maravilhosa – que completa 460 anos no dia da folia, no sábado (1º/3) – e celebrando a presença do frevo no carnaval do Rio. Neste ano, o bloco abre espaço para as filmagens do documentário Joanna – Se Essa Marcha Fosse Minha que trata dos “frevistas” cariocas, do Clube Vassourinhas do Recife e de Joanna Baptista Ramos.
>> Leia a coluna Giro desta quinta-feira, 27/02/2025
As filmagens e homenagens acontecem em três momentos do desfile: na saída, no meio e no encerramento. A pernambucana Neris Rodrigues (foto), trombonista de destaque na cena da música instrumental, estuda as origens africanas do frevo e se junta à banda do Cordão da Bola Preta, comandada pelo maestro Altamiro, para gravar as cenas do filme que fala de Joanna Baptista Ramos, mulher negra e periférica que, ao lado de Mathias da Rocha, tem a sua história ligada a Marcha nº 1 do Vassourinhas. Com o passar dos anos, a música ganhou novas versões e se transformou no Frevo Vassourinhas, o mais famoso do mundo, mas a contribuição de Joanna foi sendo apagada da história. O filme fala desse protocolo social de invisibilidade da mulher, das raízes do frevo, dos primórdios do carnaval de rua no Brasil e outros temas que se relacionam com a brasilidade.
O filme Joanna – Se Essa Marcha Fosse Minha é uma realização do coletivo “Cinema é Pra Essas Coisas” que reúne uma coletânea de curtas com imagens de época e depoimentos. A veterana cineasta Adélia Sampaio, primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil, assina a parte da obra dedicada ao frevo carioca e também participam da produção as diretoras Mannu Costa, Bruna Leite e Dandara de Moraes.
