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‘BBB: O Documentário’ chega à Globo para rever, debater e refletir

ROBSON GOMES
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Em 2002, o Brasil aprendeu a “dar uma espiadinha” e a julgar a vida de pessoas anônimas e famosas (407 até hoje, mais precisamente) que aceitaram ser vigiados dentro de uma casa repleta de câmeras 24 horas por dia, num tipo de “novela da vida real” que ultrapassou os muros dos Estúdios Globo, do Rio de Janeiro, para virar assunto de conversas, debates e até discórdias em todas as partes do país. Assim é o Big Brother Brasil. Prestes a estrear a sua 25ª edição, a TV Globo lança, a partir desta terça (7) até sexta-feira (10), logo após Mania de Você, a série BBB: O Documentário – Mais Que Uma Espiada.

>> Leia a coluna Giro desta terça-feira, 07/01/2025

Apresentada em quatro episódios, a produção dirigida e roteirizada por Bruno Della Latta pretende trazer exemplos de como esse reality show se tornou um fenômeno cultural, além de um espelho das transformações sociais ocorridas no Brasil ao longo dos anos. “Percebi que o BBB vai muito além do entretenimento, sendo um reflexo vivo das questões culturais, sociais e comportamentais de cada época. Sempre tentei olhar o programa como um recorte do seu tempo. Quais temas foram debatidos naquele ano? Quem foi escolhido vencedor? Quais roupas as pessoas estavam usando? Quais músicas estavam tocando? Dá para assistir as edições e entender muito sobre o que estava acontecendo na sociedade brasileira. Foi essa linha que segui para criar este documentário”, conta Bruno.

A série documental vai usar imagens de arquivo para mostrar momentos icônicos das 24 edições, além de entrevistas com pessoas que fizeram parte dessa história: desde os participantes aos apresentadores, e até quem estava nos bastidores, como o diretor Boninho, que deixou o BBB e a Globo no ano passado.

Entre os brothers e sisters que gravaram depoimentos para o doc, estão nomes queridos do público como Grazi Massafera, Sabrina Sato, Jean Wyllys e o pernambucano Gil do Vigor. Único pernambucano que gravou depoimento para o doc, Gil conta que o reality foi um divisor de águas na sua vida. “Eu acho que Deus me colocou no Big Brother para que eu conseguisse sair dele sendo quem eu sou 100%”, assegura ele, que será destaque no segundo episódio, que focará na diversidade e inclusão, e que também terá como personagem Ariadna, a primeira mulher trans a participar do programa, na 11ª edição.

Hoje uma atriz consagrada, Grazi, do BBB 5, destaca a importância que o programa teve para ela: “O Big Brother, realmente, foi único na minha vida. E de uma potência, que eu não consigo te explicar o tamanho! […] Foi ali que tive esse olhar para mim mesma, de acreditar que sou capaz de ser mais do que a miss que é considerada bonita, mas burra”. 

Ora reforçando estereótipos, ora quebrando paradigmas, o reality abriu margem para despertar debates sobre os mais diversos assuntos presentes na sociedade: de bulimia e relacionamentos tóxicos até saúde mental, passando por questões mais delicadas como homofobia, transfobia, intolerância religiosa, abuso sexual e racismo. 

O baiano Jean Wyllys, que venceu a mesma edição que trouxe Grazi no elenco, relembra neste documentário como conseguiu fazer a diferença dentro da casa mais vigiada do país. “Eu não era uma má pessoa, eu tratava todo mundo bem. A única explicação para os votos dos homens em mim era a homofobia. Imediatamente eu falei isso na TV, e foi uma coisa espontânea para mim naquele momento”, disse o professor universitário, que completou: “Depois que saí da casa, eu descobri que, de fato, a família brasileira parou de respirar por cinco segundos. ‘Como assim esse cara está dizendo que é gay com esse orgulho? Com essa naturalidade?’”. E ao tentar explicar o BBB, Jean foi didático: “O programa se constrói numa narrativa que é a estrutura do bem contra o mal, e a partir daí a coisa detona. Eu venci o programa. Então quando eu saí, me dei conta do que tinha acontecido. O Brasil tinha debatido, de Norte a Sul, o tema da homofobia”.

O último episódio, chamado As Vitórias, celebra quem já levou o título de vencedor ou vencedora para casa, como o próprio Jean Wyllys, Thelma Assis, a Thelminha, Davi Brito e Juliette. “Muita coisa que me acontecia na vida, no salão, me aconteceu também dentro do reality. Então, o BBB foi uma extensão da minha vida”, define a carismática paraibana, que foi um verdadeiro fenômeno como campeã do BBB 21, conquistando 24 milhões de seguidores nas redes sociais durante sua participação no programa.

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