“E se o mundo que conhecemos fosse apenas um esboço, uma sugestão de realidade? E se os caminhos que trilhamos pudessem ser repensados, redesenhados pelas mãos da arte?” É com essa provocação que a exposição O Mundo Inventado e o Mapa dos Caminhos Transitáveis abre suas portas neste sábado (26), no Poço da Panela, Zona Norte do Recife. Nessa jornada sensorial, os artistas pernambucanos Alexandre Nóbrega, Eduardo Gaudêncio e Gabriel Petribú convidam o público a olhar para o mundo sob novos ângulos, explorando emoções e interpretações que vão além da superfície cotidiana.
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A exposição é uma trama de inquietações, onde os artistas tecem, em cada obra, conjecturas sobre os caminhos possíveis que as pessoas percorrem ou deixam de percorrer. As peças apresentadas revelam diálogos poéticos entre diferentes formas de enxergar o mundo, provocando o público a questionar suas próprias percepções. Através de suas telas, Nóbrega, Gaudêncio e Petribú criam novos territórios, onde a subjetividade se materializa e nos desafia a encontrar novas direções.
Com sua série Vazio Invertido, Alexandre Nóbrega, cria territórios que parecem distantes da realidade, mas que de certa forma remetem às emoções e experiências. Para ele, essas paisagens são metáforas para as vivências humanas e sugerem que o mundo real pode ser redescoberto por meio de novas perspectivas. Seu objetivo é provocar uma reflexão sobre como a imaginação pode expandir o entendimento da realidade, revelando possibilidades muitas vezes ignoradas. Esses territórios imaginários funcionam como convites para o público explorar o potencial transformador da mente em relação ao mundo que habitamos.
Já Eduardo Gaudêncio apresenta a série Construção, onde ele resgata as pastilhas de revestimento, utilizando suportes de peças plásticas em preto e branco, além de variações em acrílico e madeira. O processo de desconstrução e aumento da escala dessas pastilhas permite uma nova percepção dos materiais, que, segundo o artista, encontram o cotidiano e a memória. “São composições que trazem à tona emoções relacionadas à nostalgia e à reconexão com elementos arquitetônicos do passado. Busco provocar uma ressignificação dessas formas e materiais, convidando o público a criar novas narrativas a partir da experiência com suas obras”.
Gabriel Petribú, por sua vez, apresenta a série Jogo da Onça, que explora variações de tabuleiros e jogadas utilizando técnicas como grafite, guache, acrílico e óleo. A série se conecta diretamente à ideia de transitoriedade e transformação, uma vez que o jogo em si serve como metáfora para as escolhas e caminhos que percorremos. Cada jogada é uma decisão que altera a direção, e os tabuleiros criados por Petribú refletem esse movimento constante e imprevisível da vida. “Espero que o público encontre, nas formas e cores de suas obras, uma analogia com suas próprias jornadas, compreendendo que, assim como no jogo, a transitoriedade faz parte da existência, sempre moldada por nossas decisões e interações”.
O espaço Contaminação do Poço, onde a mostra acontece, também surge de diversas inquietações, resultado do encontro entre os artistas. A exposição reúne o que há de mais singular na arte contemporânea pernambucana, por meio de percursos únicos e representações que buscam dar forma a questões subjetivas e universais.
SERVIÇO
Exposição O Mundo Inventado e o Mapa dos Caminhos Transitáveis
Local: Estrada Real do Poço, 418, Poço da Panela, Recife
Data: 26 de outubro (sábado)
Horário: 15h
Entrada gratuita