ALLAN LOPES
Especial para o Giro
Entre a areia nos pés e o barulho das ondas, a voz potente de Chico Chico, filho da saudosa Cássia Eller, será a trilha sonora perfeita para o cenário paradisíaco da Praia de Maracaípe, no Litoral Sul de Pernambuco. Neste sábado, a partir das 20h, o artista carioca transformará o Pirajuba Restaurante em uma festa à beira-mar. A noite terá ainda o Forró da Setenta e os beats do DJ Urêa.
O público pernambucano vai conhecer na íntegra o repertório do disco Estopim, mais recente trabalho de Chico Chico, que desafia os vícios do mercado musical. Lançada em 2024, a obra é um laboratório de brasilidades que funde pop, rock e eletrônica com a essência de ritmos populares, como maracatu, galope, baião e pagodão.
Em entrevista exclusiva ao Giro, o cantor revela que sua relação com os gêneros musicais vai na contramão dos caminhos convencionais. Não é ele quem escolhe, mas sim a música que comanda. “Essa mistura vem desde os tempos de colégio. Não é algo calculado, tipo ‘vou fazer um maracatu’. A canção simplesmente pede, entende? É orgânico”, afirma o cantor.
O álbum não apenas absorve sonoridades nordestinas, mas promove diálogos através de parcerias. O baiano Sal Pessoa empresta sua voz à Toada, enquanto a potiguar Juliana Linhares irradia força em Altiva. Duas colaborações que ajudam a construir a sintonia de um artista carioca com a região. “Minha influência vem daquela geração que migrou para o Rio entre os anos 1960 e 1970, com Caetano, Tom Zé, Alceu Valença”, conta.
Chico Chico não vê a hora de soltar a voz por aqui novamente. “Praia sempre dá um clima especial para os shows. Quero até dar uns mergulhos”, avisa.