O fim da banda Bala Desejo abriu um novo caminho para Dora Morelenbaum, que agora se dedica à carreira solo. Em turnê com Pique, seu álbum de estreia lançado em outubro, a cantora e compositora carioca expande seus horizontes musicais, sem perder a essência que a consagrou no quarteto com Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra. Nesta quarta-feira (11/12), a partir das 20h, ela apresenta o repertório aos fãs pernambucanos na Casa da Estação da Luz, em Olinda. Os ingressos estão disponíveis no Sympla por R$ 40 (meia), R$ 65 (social) e R$ 80 (inteira).
Dora, acompanhada pelo guitarrista Guilherme Lírio, leva ao palco uma setlist que remete ao disco, mas com sentimentos e emoções mutáveis aos palcos e plateias. “A cada show, é uma emoção diferente. Às vezes, terminamos um dizendo: ‘Nossa, foi o melhor show!’ Mas, no dia seguinte, outro acontece, igualmente incrível, porém de um jeito diferente. Tem shows com públicos que cantam junto, outros com gente que não conhece as músicas, mas que dança com entusiasmo. Cada público acaba promovendo uma relação única”, revela a artista.
Pique é o resultado da parceria entre Dora e Ana Frango Elétrico, cuja afinidade sonora vai além do chiado do sotaque carioca. A cantora encontrou em sua conterrânea uma referência para amplificar a melancolia doce, jovial e voraz que carrega consigo. “Desde o início, quando comecei a definir o que queria como discurso musical, pensei na Ana. Naquela época, talvez ainda mais do que hoje, ela preenchia algumas lacunas minhas em termos de conhecimento de produção. Isso tinha tudo a ver com o lugar que eu imaginava alcançar com o álbum, tanto sonoramente quanto esteticamente”, destaca.
Filha do casal de músicos Paula e Jaques Morelenbaum, Dora encontra uma referência mais profunda em si mesma, inspirada no que ouviu e viu em casa. “Parte disso vem da minha criação e das referências que tive — talvez essa seja a resposta mais objetiva: as músicas que ouvi foram fundamentais para minha formação musical e para o desenvolvimento da escuta, algo precioso na infância de qualquer pessoa.”
Segundo Dora, o show não se limita apenas às faixas de Pique. Ela também apresenta canções que a acompanharam ao longo do processo de criação, mas que não foram escolhidas para o disco. “Há uma mistura que conecta esse universo de Pique com outras referências que dialogam com a poética do álbum, ajudando a construir a paisagem sonora ao lado dele. Nem todas as canções são diretamente relacionadas ao Pique, algumas são lado B, mas o show traz quase todas as músicas do álbum”.