PEDRO CUNHA // Especial para o Giro
Ludmilla Oliveira da Silva tinha apenas oito anos quando começou a soltar a voz nos pagodes dos churrascos de família. Hoje, aos 29 anos, a cantora e compositora, nascida em Duque de Caxias (RJ), se tornou um dos maiores nomes da música brasileira. Com recordes que vão de milhões de plays nas plataformas digitais a shows com ingressos esgotados em poucas horas, Ludmilla desembarca neste sábado (23), na área externa do Pernambuco Centro de Convenções, para apresentar a turnê Numanice 3, projeto que tem arrastado multidões por onde passa.
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No palco, Ludmilla vai cantar vitórias, amores e sofrências, enquanto nos bastidores ela vive a expectativa de um novo capítulo em sua vida: a gravidez de sua esposa, a dançarina e ex-BBB Brunna Gonçalves. Enquanto a notícia repercute, a cantora mantém o ritmo frenético da nova turnê, tendo um motivo a mais para celebrar.
“Eu fico muito feliz em ver como o Numanice tem dado mais espaço para mulheres no pagode e contribuído para a renovação do gênero. É uma honra fazer parte dessa transformação, quebrar barreiras e inspirar outras mulheres a ocuparem seus lugares. O pagode sempre foi um ritmo de união e celebração, e poder trazer a minha essência e conectar com as pessoas, especialmente em um gênero tão dominado por vozes masculinas, é muito especial”, disse Ludmilla em entrevista ao Giro, reforçando o impacto da turnê para o gênero.
O repertório será uma celebração do pagode contemporâneo e da versatilidade musical da cantora. Com base no álbum Numanice #3 Ao Vivo, o setlist reúne sucessos inéditos e regravações que refletem a fluência pop e a conexão com a tradição do samba. Entre os destaques, estão músicas como Se não chorar com pagode, que cita influências diretas de nomes como Belo e Thiaguinho, e o intenso 26 de dezembro, um pagode romântico com o próprio Belo na versão ao vivo do disco.
O show também contará com canções marcantes que fizeram história na gravação do álbum, incluindo 1%, em colaboração com Vitinho, e Destilado, interpretada ao lado do grupo Menos é Mais. A cantora ainda pretende surpreender ao misturar referências de outros gêneros, como o funk em Baile Charme, que evoca suas raízes funkeiras, e a black music em Pique Djavan, uma faixa sensual que faz alusão ao clássico Eu Te Devoro, de Djavan, claro.
Sobre os desafios do projeto, Ludmilla reflete: “O maior deles foi mostrar que o Numanice não era apenas um projeto musical, mas uma experiência completa. Desde o início, tive muito cuidado em garantir que cada detalhe, do repertório aos shows, representasse minha verdade e minha paixão pelo pagode. Trazer esse projeto para um público tão diverso e fazer com que ele fosse acolhido com tanto carinho foi emocionante. Mas todo o esforço valeu a pena, porque hoje o Numanice é sinônimo de alegria e conexão, algo que sinto muito orgulho de ter construído junto com o público”, afirmou.
A virada de Ludmilla para o pagode aconteceu em 2020, mas começou de forma despretensiosa em outubro de 2019, quando a cantora postou um vídeo no Instagram cantando pagode durante uma festa em sua casa. O clamor dos fãs para um álbum do gênero foi o início do que viria a ser o fenômeno Numanice. Desde então, o projeto tem evoluído continuamente, e Ludmilla deixa claro que muitas novidades ainda estão por vir.
Um das atrações do último carnaval no Marco Zero, esta será a terceira vez que a cantora traz a turnê para Pernambuco. A expectativa é alta. “Pernambuco é tudo. Adoro pisar aqui, sentir o calor do público. Eles podem esperar uma Lud animada para cantar para eles e um show cheio de vibe boa e amor. Estou doida por esta apresentação”, declarou.
E se há um futuro para o Numanice – e para Ludmilla – ele parece cheio de novidades. Enquanto fãs especulam sobre uma possível quarta edição do projeto, a artista se mantém discreta. “Estamos trabalhando em novas ideias”, finaliza, mantendo o mistério.
