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Festival Recife do Teatro Nacional divulga grade da edição 2024

O Festival Recife do Teatro Nacional (FRTN) chega à sua 23º edição, celebrando a Atuação e a Representatividade, de 21 de novembro a 1º de dezembro, e prometendo emocionar e provocar muita reflexão sobre esta missão abraçada tão fortemente pelos atores brasileiros e, em especial, pelos pernambucanos.

>> Leia a coluna Giro desta terça-feira, 12/11/2024

E por falar em atores nascidos no Estado, que fizeram do palco a sua profissão de fé, sempre militando em prol da representatividade e de espaço e respeito para os profissionais do teatro, dois deles vão ganhar, merecidamente, todas as homenagens: Marco Nanini e Ivonete Melo (in memoriam). Mesmo tendo construído sua sólida carreira no teatro, no cinema e na TV no Rio de Janeiro, Marco Nanini tem raízes no Recife, de onde saiu ainda menino, levando na boca e na memória os costumes e o sabor das pitombas, tema recorrente em entrevistas quando fala da infância na cidade. Do alto de suas seis décadas de carreira, ele terá a responsabilidade de abrir a mostra, com a peça Traidor, sob a direção do conceituado Gerald Thomas, no Teatro do Parque.

A outra homenageada foi uma das figuras mais queridas do teatro local. Dona de uma risada marcante, com olhar profundo e atento aos companheiros de cena, Ivonete Melo começou a carreira como bailarina e se fez atriz dentro do grupo Vivencial de Olinda, que fez história na cena pernambucana. Foi lá que aprendeu também a ser militante da arte e da classe, que tão bem representou em mais de 20 anos à frente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão no Estado de Pernambuco (Sated-PE).

“O Festival Recife do Teatro Nacional é, talvez, entre os festivais que realizamos, o mais consolidado, e chega a esta 23ª edição com fôlego renovado. Homenageamos um grande nome da cena nacional, que tem raízes no Recife, e uma grande dama dos palcos locais. Ao mesmo tempo, abrimos espaço para o novo, o experimental, com o OffREC, que vai trazer espetáculos ainda em construção. O Festival está sendo feito com muito carinho e esperamos uma boa resposta do público”, afirma a secretária de Cultura, Milu Megale.

No total, o Festival Recife do Teatro Nacional contará com 31 espetáculos – sendo 13 nacionais e 18 locais -, além de cinco oficinas e mais uma robusta programação de rodas de diálogo, vivências, performance e debate. Mais uma vez, o ingresso será solidário, por meio de 1kg de alimento não perecível, a ser trocado nas bilheterias dos teatros antes das sessões. Ação é uma parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas Sobre Drogas do Recife.

A maratona cênica vai movimentar os Teatros do Parque, de Santa Isabel, Luiz Mendonça, Apolo, Hermilo Borba Filho e Barreto Júnior, além do Paço do Frevo, da Rua da Aurora e dos Parques da Macaxeira e Tamarineira. A ideia é descentralizar, proporcionando o acesso de públicos de bairros e perfis variados, assim como de montagens de diversos formatos.

A programação, construída a partir de edital e avaliação de pareceristas nacionais, permitirá o reencontro da plateia do Recife com grupos como o Armazém Cia. de Teatro, do Rio de Janeiro, que há alguns anos não vem à cidade; além de momentos que prometem ficar marcados para sempre na trajetória do festival, como as duas apresentações da peça Não me Entrego, Não, protagonizada por ninguém menos que o ator Othon Bastos, aos 91 anos de idade e 71 anos de carreira.

O Festival Recife do Teatro reservou espaço também para estreias nacionais. O grupo cearense Bagaceira apresentará, em primeira mão, seu novo trabalho, Inacabado, e o grupo pernambucano Magiluth, festejado pela carreira sólida e montagens revigorantes, mostrará Édipo Rec.

“Neste ano, o trabalho do ator é o foco, por meio do legado de um grande ator e uma atriz, que tinha a militância como marca. Por meio de Ivonete, homenageamos todas as atrizes do Recife, e também o grupo Vivencial de Olinda, em seus 50 anos de história. Essa escolha reafirma o compromisso da gestão com as artes cênicas, com o teatro e a representatividade”, pontua o presidente da FCCR, Marcelo Canuto.

O olhar para o teatro local e a representatividade se reflete também na criação do OffREC, que terá agenda com experimentos, espetáculos ainda em processo e discussões propostas por artistas da cena. A ideia é oferecer uma programação intensa, pela manhã, tarde e noite, transformando o Teatro Hermilo num espaço de circulação permanente, num ponto de encontro para os fazedores e amantes do teatro, de 25 a 30 de novembro.

“O OffREC funcionará como um ambiente pedagógico, de discussão cênica e de aproximação com a academia e os criadores locais. Ele surgiu a partir de uma provocação de Rodrigo Dourado, que é ator e pensador do teatro, e chega para dar voz a uma inquietação, a uma necessidade de mostrar o que está sendo construído e pensado dentro e fora da universidade. Teremos work in progress, performance, vivências em Teatro Hip-Hop, Teatro Autoficcional e muitas discussões, buscando compartilhar com o público um pouco dos bastidores desse fazer teatral”, comenta o diretor artístico do festival, André Brasileiro.

OFICINAS

Além de convidar a cidade à emoção e à reflexão, o Festival Recife do Teatro convoca artistas e trabalhadores das artes cênicas a participar da etapa formativa da programação. Serão oferecidas cinco oficinas gratuitas, de 20 e 29 de novembro, confirmando o evento não só como vitrine, mas também como arena para a formação e a qualificação. São elas: Não Caia na Forma?!, com Wellington Junior; Teatro Físico e o Corpo Criativo do Intérprete, com Alexandre Guimarães; Oficina de Caracterização Teatral, com Cleber de Oliveira; Oficina de Iluminação Cênica, com Natalie Revorêdo; e Oficina: Artista, a palavra e o abismo, com Luiz Fernando Marques.

As inscrições são online, gratuitas e seguem abertas até 15 de novembro. O link está na bio do perfil @culturadorecife, no Instagram. A quantidade de vagas varia de 10 a 30 participantes e a carga horária oscila entre nove e 16 horas de atividades, distribuídas em três ou quatro dias.

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