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Ciranda dos Cangaceiros lança primeiro álbum em Goiana

Neste domingo (22), na cidade de Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, acontece o lançamento oficial do primeiro registro sonoro do Mestre Biloco e a Ciranda dos Cangaceiros, que será disponibilizado nas plataformas digitais e também em CD físico. O álbum será apresentado, em primeira mão, ao vivo, no evento que será realizado no Calçadão da Misericórdia, Centro de Goiana, a partir das 17h. A programação é gratuita, e acontece dentro das comemorações de 53 anos do Mestre Biloco e a Ciranda dos Cangaceiros, que foi criada em 1971, e há 53 anos anima festas de padroeiros e o ciclo junino, sendo a mais antiga de Pernambuco.

>> Leia a coluna Giro desta terça-feira, 17/09/2024

O CD foi produzido pelo selo Matinada Records, na proposta de registrar, documentar, salvaguardar e difundir os mestres e a cultura popular da ciranda – gênero musical reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, desde agosto de 2021. O registro foi realizado na primeira edição da Festa das Primaveras, em 2023, com festa em frente da casa do Mestre Biloco, com a participação dos cirandeiros Carlos Antonio de Itaquitinga e Anderson Miguel de Nazaré da Mata. 

Neste domingo, a festa de lançamento contará com Som na Rural, que vem para amplificar toda essa produção artística do interior e com os artistas convidados como Mano de Baé com o Coco de roda; Rodriguinho do Acordeon e o Forró Baião N.º 1. Para os amantes da poesia e literatura popular, a pedida é aproveitar para prestigiar a poesia contemporânea  de Philippe Wollney e a poesia de cordel com Edivaldo Cordelista. Já o cantor Nildo Violon traz a MPB e com o seu o som super especial de Italo Pay e Zabumba Mundi, também abrilhanta a festa. 

Ao contrário de muitos mestres que apostam na narração de histórias, a ciranda de Biloco tem estrofes curtas, repetidas e cadenciadas, semelhante ao coco de roda do litoral pernambucano. Ao todo, o projeto conta com 13 faixas autorais, que retratam lembranças e vivências do artista. O mestre, um criativo e folião, além da Ciranda dos Cangaceiros, tem outros brinquedos do ciclo carnavalesco.

“Estou muito feliz de poder realizar este sonho. Quando eu formei a ciranda eu pensei em homenagear o cangaceiro Lampião. Até hoje, mais de cinco décadas depois, nós, integrantes do grupo, seguimos seus trajes. Eu, por exemplo, como sou o mestre ,uso lenço no pescoço, em cor diferenciada, e de alguns objetos utilizados por Lampião. Também não abro mão do meu apito, que uso para conduzir a ciranda, inclusive, sou um dos únicos, dentro da ciranda em Pernambuco, a ter esse diferencial.  Além disso, coloco peruca e óculos escuros, objetos  que me deixam mais parecido com cangaceiro”, contou ele entusiasmado. 

O produtor fonográfico Alexandre Veloso, idealizador do projeto, ressalta a importância de registrar mestre e mestras da cultura popular, em ato de deferência e salvaguarda da arte popular:  “O registro de Mestre Biloco e a Ciranda dos Cangaceiros é uma ação de suma importância para o cenário cultural e para história. Poucos fragmentos das obras dos mestres e mestras ficaram e ficarão com o tempo. Essas 13 cirandas gravadas agora, serão talvez um último vestígio da obra deste importante artista popular”.

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