O padre Danilo César, da cidade de Areial, da Paraíba, é investigado por intolerância religiosa após criticar publicamente a fé de Preta Gil, falecida no último dia 20. Durante uma missa realizada nesse domingo (27), ele questionou as religiões de matriz africana e fez comentários ofensivos sobre a relação da cantora e de seu pai, Gilberto Gil, com os orixás. A Polícia Civil da Paraíba instaurou um inquérito para apurar o caso que corre sob a tipificação de racismo religioso, previsto em lei.
“Cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”, disse o sacerdote, que pertence à Diocese de Campina Grande. Em outro momento, afirmou: “Deus sabe o que faz e sabe quando a morte é melhor para você”, ao criticar práticas religiosas afro-brasileiras, como o Candomblé.
A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza repudiou publicamente a atitude do padre e informou que seu presidente, Rafael Generino, registrou um boletim de ocorrência. Ele também prometeu formalizar uma denúncia ao Ministério Público da Paraíba. Após a repercussão negativa, o vídeo com a pregação foi excluído do canal oficial da Paróquia, e o perfil do padre no Instagram saiu do ar.
Em nota, a Diocese de Campina Grande, por meio do Bispo Dom Dulcênio Fontes de Matos, afirmou que está ciente da pregação feita pelo padre Danilo César e da repercussão do caso. A instituição informou que o sacerdote, com apoio de sua assessoria jurídica, prestará os devidos esclarecimentos às autoridades competentes. A Diocese reforçou seu compromisso com os direitos constitucionais, como a liberdade de crença, a igualdade religiosa e a dignidade da pessoa humana, destacando ainda seu papel na sociedade conforme o ordenamento jurídico brasileiro.